Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Protesto contra absolvição nos EUA tem vandalismo

Em Los Angeles, pelo menos 12 foram detidos em atos pró-Trayvon Martin

Pressão sobre governo Obama para levar vigia que matou Martin a júri federal continua; lei da Flórida é criticada

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

Os protestos contra a absolvição do ex-vigia George Zimmerman por um júri da Flórida, no sul dos EUA, provocaram atos de vandalismo e prisões em Los Angeles (Califórnia, Costa Oeste americana) na noite de anteontem.

O resultado do julgamento de Zimmerman --acusado de assassinar o jovem negro Trayvon Martin, 17, no ano passado-- desencadeou manifestações em todo o país.

De acordo com a polícia de Los Angeles, os manifestantes quebraram janelas e danificaram o comércio local. Pelo menos 12 pessoas foram presas na cidade. Também houve prisões de manifestantes em Nova York, e novos protestos estão agendados para os próximos dias.

Mais de 1 milhão de pessoas apoiaram uma petição na internet, conduzida pela NAACP (entidade nacional de defesa dos direitos dos negros), para que o caso seja levado a tribunais federais.

Diante da pressão pública, o secretário de Justiça, Eric Holder, discursou novamente ontem sobre o assunto.

Holder repetiu que a investigação não será encerrada, mas não se aprofundou com relação às demandas para que sejam feitas acusações federais contra Zimmerman.

O secretário criticou a lei de legítima defesa na Flórida, que teria criado condições para que o vigia não fosse punido por atirar no jovem.

"Essas leis expandem a noção de autodefesa e disseminam conflitos perigosos em nossas comunidades", disse.

OPINIÃO PÚBLICA

Assim como aconteceu com o massacre de Newtown --cidade onde 20 crianças e seis adultos foram mortos na escola Sandy Hook, em dezembro de 2012--, o caso Zimmerman tornou-se um novo motivo para levantar o debate sobre o controle de armas no país, tão estimado pelo presidente Barack Obama.

Entre os líderes de direitos civis, o caso é uma bandeira para a discussão sobre discriminação racial. Para os liberais e a esquerda ligada ao movimento negro, ele é mais uma indicação de como o sistema de Justiça criminal americano persegue os negros.

Analistas citam estatísticas que apontam que, sendo cerca de 13% da população, afro-americanos estiveram envolvidos em mais da metade dos assassinatos entre 1976 e 2005 no país. Eles também se questionam se, caso Zimmerman fosse negro como Martin, o crime teria provocado tamanha comoção pública.

Também tem sido chamado para o debate o fato de o presidente e o secretário de Justiça serem negros --desde que o júri da Flórida decidiu pela absolvição de Zimmerman, ambos foram pressionados por ações posteriores em tribunais federais.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página