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Israel propõe soltura de palestinos para retomar negociações
Número de prisioneiros que podem ser libertados ainda não foi definido; diálogo de paz está travado há três anos
Aceno israelense ocorre logo após secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciar bases para nova negociação
O governo israelense fez ontem um importante aceno político em direção à retomada das negociações de paz ao anunciar a soltura de um número ainda desconhecido de prisioneiros palestinos.
Yuval Steinitz, ministro de Assuntos Estratégicos e de Inteligência, afirmou a uma rádio israelense que "prisioneiros importantes que estiveram na cadeia por dezenas de anos" deverão ser libertados.
A questão dos prisioneiros, em especial os detidos antes dos Acordos de Oslo (1993), é uma das demandas históricas da liderança palestina para voltar às negociações.
Estima-se que haja mais de 4.700 palestinos detidos em Israel, ao menos 169 deles em regime de detenção administrativa --que podem ser mantidos presos sem acusação formal por tempo indeterminado.
O anúncio vem na sequência da afirmação de John Kerry, secretário de Estado americano, de que foram estabelecidas em Amã as bases para a retomada dos diálogos de paz. O acordo ainda precisa ser formalizado, mas deve incluir a visita de Tzipi Livni (ministra da Justiça de Israel) e do negociador palestino Saeb Erekat a Washington.
Ontem, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, apontou, em nota, os "dois objetivos principais" da retomada do diálogo: evitar a criação de um Estado binacional (para judeus e árabes) e o "estabelecimento de um Estado terrorista patrocinado pelo Irã na fronteira de Israel".
As negociações de paz estão travadas há quase três anos. Devem ser discutidos ainda o status dos assentamentos na Cisjordânia e as fronteiras de um futuro Estado da Palestina.