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Brasileiro era fã de hip-hop e futebol
Fabio Antelo morreu aos 25 anos em acidente de trem que deixou 78 mortos na Espanha na semana passada
Amigos dizem que vítima de descarrilamento era humilde, inteligente e ligada a causas sociais
O brasileiro Fabio Cundines Antelo, 25, era unanimidade entre amigos e conhecidos em Santiago de Compostela (Espanha), cidade na qual viveu a maior parte de sua vida, depois de deixar o Brasil com a família.
Antelo foi uma vítimas do acidente de trem que deixou 78 mortos na última quarta-feira, a 4 quilômetros da estação de Santiago, na região da Galícia (norte do país).
Foi para lá que a família dele, que tinha mãe brasileira e pai espanhol, se mudou quando ele tinha três anos.
Nascido no Rio de Janeiro, Antelo se tornou "espanhol até a espinha", mas "tinha muito orgulho de ter sangue brasileiro", contou à Folha o jornalista Javier Departe, que estudou com ele no colégio.
"Ele era o menino bonito da turma mas, ao mesmo tempo, muito humilde e atencioso com todos. Uma pessoa excepcional", diz.
Segundo amigos do brasileiro, a família dele está está em estado de choque. Os parentes recusaram ajuda do Consulado do Brasil.
"Era uma pessoa muito boa, falava com todos", afirma o estudante Marcel Perez, frequentador do mesmo ponto de encontro de fãs de hip-hop que Antelo, na porta de um cinema no centro da cidade galega.
Lá, ele formou seu próprio grupo desse estilo musical, apesar de profissionalmente se dedicar à fotografia. Antelo trabalhava como editor gráfico da revista "Líbero", publicação espanhola independente que se propõe a promover reflexões sociais para amantes de futebol.
Era o caso do brasileiro, que além de gostar do esporte era também muito envolvido em causas sociais, a maior parte ligada à política interna espanhola.
"Era uma pessoa muito profunda e inteligente", afirma Departe.
A maior parte das vítimas do acidente era espanhola, mas no grupo havia também estrangeiros de países como Venezuela, Argélia, Estados Unidos, México e Itália.