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Análise
Impacto de julgamento de soldado fonte do WikiLeaks sobre Snowden é incerto
WARREN STROBEL DA REUTERS, EM WASHINGTONResponsável pelo pior vazamento de informações de segurança na história dos EUA, o soldado Bradley Manning foi acusado pelo governo de causar danos irreparáveis aos interesses nacionais.
Anteontem, ele foi absolvido da acusação mais grave --ajudar o inimigo--, num veredicto que indicou que as violações de sigilo cometidas pelo soldado não tiveram consequências tão sérias, como alegavam os promotores.
O ex-porta-voz do Departamento de Estado P.J. Crowley disse que as revelações feitas por Manning, que incluíram telegramas diplomáticos e relatórios de inteligência dos campos de batalha do Iraque e Afeganistão, violaram o juramento militar e "puseram em risco vidas e carreiras".
Mas os danos estratégicos causados à reputação e à capacidade de os EUA trabalharem com aliados e conduzirem diplomacia "foram transitórios", disse Crowley.
No julgamento, Manning foi considerado culpado de 19 acusações e pode receber até 136 anos de prisão.
Resta saber se o veredicto vai impactar ações judiciais futuras, especialmente a ação contra o ex-técnico da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden, que vazou documentos expondo programas até então secretos de vigilância de telefones e da internet.
"Pode haver algum efeito psicológico sobre como o governo lida com casos de vazamentos", diz Steven Aftergood, especialista em segredos de Estado da Federação de Cientistas Americanos.
"Os promotores podem dizer vencemos, então vamos fazer de novo'. Ou podem dizer OK, provamos o que queríamos provar, então agora podemos recuar um pouco'."
Na esteira do vazamento de dados de Manning ao WikiLeaks, Obama ordenou novas medidas para proteger computadores do governo.
Entre elas estava o monitoramento automatizado das redes governamentais classificadas, com o objetivo de detectar downloads especialmente grandes de dados.
Isso, no entanto, não impediu Snowden de vazar vários documentos da NSA.
