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ONU investigará se houve uso de armas químicas na Síria
Missão de inspetores determinará qual arma foi usada, mas não o responsável pelo ataque
A ONU anunciou ontem que vai enviar inspetores à Síria para investigar três incidentes em que poderiam ter sido usadas armas químicas.
O anúncio foi feito após "um entendimento alcançado com o governo da Síria" durante visita de dois enviados das Nações Unidas, na semana passada, a Damasco, disse Martin Nesirky, porta-voz das Nações Unidas.
"A missão vai à Síria o quanto antes para investigar simultaneamente três dos incidentes registrados", disse.
Segundo diplomatas, o grupo de inspetores está sendo formado na Europa e poderá viajar para a Síria a partir da semana que vem.
Seu trabalho será o de reportar se armas químicas foram usadas nos ataques --e especificá-las. Não está entre as responsabilidades da missão, contudo, apontar os autores dos ataques.
Especula-se que a Síria tenha um dos maiores arsenais de armas químicas do mundo.
Nos últimos dois meses, EUA, França e Reino Unido asseguraram ter provas de que o gás sarin foi usado no conflito. Eles ainda dizem não haver evidências de que grupos rebeldes tenham tido acesso a esse tipo de material.
A ONU indicou ter recebido até agora, dos governos dos três países e da Síria, relatórios a respeito de 13 supostos ataques com armas químicas ocorridos nos 28 meses de conflito.
Um dos locais a serem visitados pela equipe é a vila de Khan al-Assal, perto da cidade de Aleppo, onde um ataque com armas químicas matou ao menos 30 pessoas em 19 de março.
Em um relatório entregue à ONU, os EUA acusam o governo sírio pelo ataque. A Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, no entanto, diz haver provas de que os insurgentes desenvolveram gás sarin e o utilizaram.
O presidente Barack Obama havia classificado o uso de armas químicas por Assad como uma "linha vermelha".