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Rainha tinha discurso pronto para uma 3ª Guerra Mundial

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Um lote de documentos secretos liberado ontem em Londres revela que o governo britânico preparou um discurso a ser lido pela rainha Elizabeth 2ª no caso de uma Terceira Guerra Mundial.

O texto foi escrito há 30 anos, em março de 1983, e fazia referência à "loucura" de um duelo nuclear entre os blocos capitalista e comunista, que mediam forças durante a chamada Guerra Fria.

"A loucura da guerra está se espalhando mais uma vez pelo mundo, e nosso bravo país deve se preparar novamente para sobreviver, em meio a grandes incertezas", diria a rainha, em cadeia nacional de rádio e TV.

"Todos sabemos que os perigos que enfrentamos hoje são muito maiores do que em qualquer época da nossa longa história", prosseguiria.

A mensagem dizia que o inimigo não era mais um soldado armado com um rifle, e sim o "poder letal" representado pela bomba atômica.

No pronunciamento, escrito por altos funcionários do governo britânico, a rainha lembraria o famoso discurso de seu pai, o rei George 6º, no início da Segunda Guerra Mundial. A fala inspirou o filme "O Discurso do Rei", vencedor do Oscar em 2011.

"Nunca esqueci da dor e do orgulho que senti, ao ouvir junto com minha irmã em nosso quarto, as palavras inspiradoras de meu pai", afirmaria. "Em nenhum momento poderia imaginar que esta tarefa solene, porém terrível, recairia um dia sobre mim."

O discurso foi preparado num dos momentos mais tensos da Guerra Fria. Em 1983, tropas britânicas fizeram um exercício para simular a reação a um eventual ataque soviético. O presidente americano Ronald Reagan chamou a URSS de "império do mal" e deslocou mísseis à Europa.

No discurso, a rainha pediria união às famílias britânicas e faria referência ao filho, o príncipe Andrew, que servia à Marinha Real.

O texto é parte do lote de papéis que completaram 30 anos e eram mantidos em sigilo pelo Arquivo Nacional. Inclui memorandos com anotações à mão feitas pela premiê Margaret Thatcher.


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