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Análise

Rússia tinha pouco a perder com a concessão de asilo a Edward Snowden

MICHAEL KEPP ESPECIAL PARA A FOLHA

A concessão de asilo por um ano pela Rússia a Edward Snowden, delator da espionagem mundial dos Estados Unidos, abre interpretações.

O fato revela que o regime autoritário abraça a igualitária causa de tornar transparente a vigilância em massa?

Ou a decisão foi represália aos EUA por espionarem o ex-presidente Dmitri Medvedev na cúpula do G20 em Londres, em 2009, fato revelado por dados que Snowden vazou?

Ou, ainda, a recusa em extraditá-lo, não obstante os apelos americanos, mostra quão pouco os russos se importam com a deterioração nas relações entre os países?

Afinal, o que a Rússia perde se os EUA cancelarem, como ameaçam fazer, uma cúpula entre Putin e Obama em Moscou, em setembro?

O encontro não prometia avanços --não enquanto a Rússia apoiar o governo sírio e recusar reduzir estoques nucleares, em parte devido a planos dos EUA de ter um sistema antimísseis na Europa.

Além disso, dar a Snowden um ano para ir a outro país --Venezuela, Bolívia e Nicarágua ofereceram o asilo-- permite à Rússia equilibrar-se em corda bamba diplomática. O abrigo permanente reduziria margem para acordos futuros.

Americanos de várias vertentes acham que Snowden deveria enfrentar julgamento nos EUA. Mas o soldado Bradley Manning pode ser condenado a até 136 anos de prisão por vazar dados ao WikiLeaks mesmo sem que o governo tenha dado provas de comprometimento à segurança.

Tampouco há evidências de que as revelações de Snowden tenham criado risco aos EUA. Mas ele teria um julgamento justo em sua pátria?

O secretário de Estado, John Kerry, já o chamou de traidor. O que foi feito do princípio da presunção de inocência, que requer que o Estado prove a culpa de um réu?


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