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Rowhani toma posse como presidente do Irã

Evento antecede cerimônia pública, que será realizada hoje com delegações estrangeiras

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O ex-negociador nuclear Hasan Rowhani tornou-se ontem o sétimo presidente do Irã, numa cerimônia que reuniu a cúpula do regime e antecedeu a posse pública, prevista para hoje, na qual haverá convidados estrangeiros, inclusive do Brasil.

Durante o evento que selou o fim dos oito anos de governo do conservador Mahmoud Ahmadinejad, o novo presidente, tido como centrista, recebeu o apoio formal do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.

Ao beijar a testa de Rowhani em transmissão ao vivo na TV, Khamenei indicou estar jogando todo seu peso político em favor do homem que assume o governo sete semanas após sua inesperada vitória nas urnas.

Na primeira fala como chefe do Executivo, Rowhani retomou o discurso conciliador que lhe garantiu o apoio da maioria dos eleitores.

O presidente, um clérigo de 65 anos visto como pragmático, disse que cumprirá a promessa de "abordagem moderada" e "interação construtiva" com o mundo, longe do "radicalismo".

Rowhani voltou a mencionar planos de restaurar laços com o Ocidente para pôr fim às sanções que empobrecem a população.

"O sofrimento diário das pessoas precisa ser aliviado [...]. Novas medidas serão adotadas no plano internacional para melhorar a dignidade do país", disse.

Punições impostas por EUA e aliados se intensificaram nos últimos anos. As medidas derrubaram em 40% as vendas de petróleo, principal fonte de renda de Teerã, e baniram bancos iranianos do sistema global.

O resultado é uma inflação de ao menos 36% anuais e um desemprego em 20%. O rial, moeda nacional, perdeu metade do valor em um ano.

Apesar da crise econômica, Rowhani, que foi chefe negociador do programa nuclear iraniano até 2005, deixou claro que não abrirá mão do direito, assegurado por tratados internacionais, de o Irã enriquecer urânio para fins pacíficos.

Mas ele se disse disposto a fazer concessões e oferecer mais transparência para garantir que Teerã não busca produzir a bomba atômica, como alegam EUA e aliados.

Num sinal dessa abertura, Rowhani convidou todos os países do mundo, menos EUA e Israel, a assistirem à posse, hoje no Parlamento.

Europeus não enviaram comitivas e serão representados por embaixadores. Num gesto de apreço, o Brasil despachou o chanceler Antonio Patriota. Somente dirigentes de países vizinhos e aliados próximos estarão na posse.

Como parte da agenda interna, espera-se de Rowhani que cumpra a promessa de libertar presos políticos e lute por mais liberdades sociais e políticas.

BASE ALIADA

Mas, com poder limitado, Rowhani precisará do apoio dos conservadores, incluindo o líder supremo, para executar sua agenda.

O primeiro desafio é convencer o Parlamento, dominado pela ala linha dura, a aprovar o gabinete a ser apresentado hoje.

"A tendência é o regime não colocar obstáculos no caminho de Rowhani, ao menos no início", disse à Folha uma fonte próxima do novo presidente iraniano.

"Parece que querem dar uma chance ao novo presidente. A pressão em cima dele é enorme."


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