Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Teerã e Washington fazem jogo de empurra sobre diálogo nuclear

Presidente iraniano fala em cooperar, se os EUA mudarem atitude

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Irã e Estados Unidos jogaram ontem um para o outro a responsabilidade de fazer o primeiro passo para pôr fim ao impasse nuclear iraniano, num sinal claro de que a perspectiva de acordo continua distante, apesar da posse do pragmático presidente Hasan Rowhani em Teerã.

Negociações atômicas nunca envolveram diálogo entre os dois países, rompidos há três décadas, mas diplomatas e analistas concordam em que conversas bilaterais seriam a melhor maneira de obter avanços.

Em sua primeira entrevista coletiva como presidente, Rowhani se disse pronto para "negociações sérias", desde que haja mudança de atitude por parte dos EUA.

"Aconselhamos a Casa Branca a [...] a enxergar a realidade e a se basear nela para tomar decisões", disse Rowhani, em referência ao que chamou de "mensagem de moderação" enviada pelos iranianos ao votarem nele.

O presidente, que foi negociador nuclear até 2005, pôs em dúvida os acenos americanos. No domingo, Washington ofereceu "cooperação", desde que o presidente obedeça à resolução da ONU que ordena suspensão do enriquecimento de urânio.

"Declarações da Casa Branca não condizem com seus atos. São os atos que contam, não as declarações", disse Rowhani, exigindo o fim das sanções americanas unilaterais, as mais duras contra Teerã.

Ele destacou que a nova rodada de punições em tramitação no Congresso americano afeta planos de diálogo. Rowhani aparenta ter aval do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, para oferecer concessões em troca do fim das sanções.

Os EUA reiteraram sua disposição em ir além das conversas multilaterais e iniciar diálogo direto com Rowhani, se ele fizer concessões.

"[A] bola está no campo [iraniano]. Eles precisam adotar medidas que atendam suas obrigações internacionais. Não estamos lá", disse uma porta-voz americana.

As declarações evidenciam o abismo que separa os dois países. EUA e aliados acusam o Irã de desenvolver um arsenal nuclear. Teerã nega e argumenta que tratados internacionais lhe garantem o direito de enriquecer urânio para fins pacíficos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página