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Após asilo, Obama cancela visita a Putin

Americano desiste de encontro após Rússia autorizar que delator de programas de espionagem fique no país

Reunião ocorreria em setembro, antes da cúpula do G20; Obama, porém, mantém sua agenda na conferência

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

Uma semana após a Rússia conceder asilo a Edward Snowden, a Casa Branca anunciou ontem que o presidente Obama não vai mais se encontrar com o colega Vladimir Putin em Moscou, às vésperas da próxima cúpula do G20 em São Petersburgo, em setembro.

É a primeira reação institucional à decisão russa de dar asilo a Snowden, que revelou a existência de programas de espionagem da americana NSA (Agência de Segurança Nacional) para o monitoramento de dados telefônicos e de internet mundo afora.

No comunicado, a decisão é atribuída à falta de "progresso suficiente na agenda bilateral" para que uma reunião entre os líderes ocorra. A ida de Obama à cúpula do G20, onde temas econômicos devem predominar, foi mantida.

Em 17 de junho, dias antes de Snowden chegar a Moscou, Obama e Putin se encontraram na Irlanda do Norte, durante a conferência do G8.

A foto dos dois, aparentemente emburrados e olhando em direções opostas, virou símbolo do mal-estar que já existia entre os países. As principais desavenças então eram sobre o conflito na Síria, as sanções ao Irã e a não proliferação de armamentos.

"Acreditamos que seria mais construtivo adiar o encontro até que tenhamos mais resultados na agenda compartilhada", escreveu o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Um assessor do presidente Putin, Yuri Ushakov, disse que Obama ainda é bem-vindo à Rússia, mas que "os Estados Unidos ainda não estão preparados para construir relações em pé de igualdade".

Ele criticou o governo americano por cobrar a extradição sem ter um acordo bilateral. "Por anos, os americanos evitaram assinar esse acordo e nós tivemos diversas negativas em nossas solicitações de extraditar pessoas que cometeram crimes em território russo por não existir esse tipo de pacto", disse.

Em uma conversa no programa de entrevistas de Jay Leno, na rede NBC, Obama falou que se sentia frustrado com os "desafios" que tinha em sua relação com a Rússia.

"Tem havido momentos em que escorregamos de volta na mentalidade da Guerra Fria", disse Obama. "O que eu digo consistentemente a eles e a Putin é que isso é passado e que precisamos pensar sobre o futuro. Não há razão para que não cooperemos mais efetivamente".

O mal-estar entre os países já havia enterrado outras reuniões antes.

No ano passado, Putin cancelou uma cúpula sobre temas econômicos com Obama em Camp David. Já o americano não foi a Vladivostok, no ano passado, para o encontro dos países da Ásia-Pacífico, alegando problemas de agenda em sua campanha para a reeleição.


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