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EUA recusam repetidamente pedidos de extradição

GLENN GREENWALD DO "GUARDIAN"

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem que cancelou seu encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin --em parte, porque o americano está irritado com o desafio russo à sua solicitação pessoal de entrega de Edward Snowden, ainda que não exista um tratado de extradição entre os dois países.

Isso significa que os veículos de mídia americanos passarão cerca de 24 horas canalizando as opiniões do governo e denunciando a malevolência da Rússia por recusar a extradição. Ao fazê-lo, muito poucos, se algum, dos veículos de mídia de elite mencionarão em seu relato qualquer dos casos a seguir.

Como as reportagens do jornal "New York Times" de 28 de fevereiro de 2007 e do "Washington Post" de 19 de julho de 2013.

[O primeiro texto cita fonte do governo americano afirmando que o país recusaria a extradição à Itália de agentes da CIA condenados pelo sequestro de um clérigo egípcio em Milão em 2003. O segundo mostra que um dos agentes foi detido no Panamá a pedido da Itália, mas liberado na mesma semana, evitando sua extradição].

Ou o texto do "Guardian" de 9 de setembro de 2012, que mostra os EUA recusando o pedido boliviano de extraditar Gonzalo Sánchez de Lozada, ex-presidente do país e suposto agente da CIA, para responder a acusações de genocídio, depois que Sánchez contratou lobistas do Partido Democrata para representá-lo.

Os EUA recusam repetidamente solicitações de extradição --mesmo nos casos em que existe um tratado com o país solicitante (o que não é o caso da Rússia) e em que a solicitação (ao contrário do que acontece com Snowden) envolve crimes reais e graves, como genocídio, sequestro e terrorismo.

Talvez esses fatos devessem ser parte de qualquer comentário que a mídia decida fazer sobre a recusa de Putin à extradição de Snowden, e a reação exagerada de Obama.

Michael Hayden, diretor da CIA e da Agência de Segurança Nacional (NSA) no governo Bush, foi entrevistado pela CNN e confirmou que as reportagens sobre X-Keyscore eram corretas e disse ao país que todos deveríamos ser gratos por essas capacidades.


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