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Apoio a governos autoritários recebe críticas

DE SÃO PAULO

As oportunidades comerciais e de investimentos não justificam, para muitos, a renegociação de dívidas com países de governos autoritários e acusados de abusos.

Sudão e Gabão, dois dos cinco países que já tiveram suas dívidas perdoadas ou parceladas a longo prazo, fazem parte desse grupo.

No Sudão, o presidente Omar al-Bashir está há 24 anos no poder e acumula dois mandados de prisão do TPI (Tribunal Penal Internacional) por genocídio.

No Gabão, a família Bongo governa desde 1967 e é acusada de desvios de dinheiro público para contas no exterior.

"Algumas dessas ditaduras são de países que dispõem de receitas importantes, sobretudo pela exportação de petróleo ou de outros recursos naturais. Então não faz sentido perdoarmos a dívida, porque o beneficiário não vai ser a população dos países", diz o ex-embaixador do Brasil nos EUA Roberto Abdenur.

Depois de o Congresso já ter aprovado a renegociação para cinco países, parlamentares de oposição decidiram propor um projeto para tornar mais criteriosa a decisão sobre o perdão, conforme noticiou "O Globo" na semana passada.

O senador Pedro Taques (PDT-MT), um dos autores do projeto que pode ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta semana, disse que houve um "deficit" de informação para que os parlamentares julgassem os primeiros casos.

Ainda tramitam no Congresso os casos da Tanzânia, de Zâmbia, da República Democrática do Congo e da Costa do Marfim.

"Pedi que seja feita uma avaliação sobre a governança nesses países, sobre a questão da corrupção e dos direitos humanos", disse Taques à Folha.

O embaixador do Brasil no Gabão, Bruno Cobuccio, no entanto, defende a relação com o país. "É óbvio que o Gabão tem problemas, mas há partidos de oposição, imprensa livre. O filho do Omar Bongo foi eleito --em eleições contestadas pela oposição, mas com a presença de observadores internacionais." (IF)


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