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Paraguaio culpa câmbio por contrabando

Presidente é dono da Tabesa, empresa que possui as marcas de cigarro mais vendidas no mercado ilegal do Brasil

Um dia após tomar posse, Horacio Cartes diz que poderá se desfazer da empresa, "desde que paguem"

ISABEL FLECK DA ENVIADA A ASSUNÇÃO

O novo presidente paraguaio, Horacio Cartes, cuja empresa de cigarros, Tabesa, é dona das marcas mais contrabandeadas para o Brasil, disse ontem que a entrada dos produtos com preço muito abaixo do mercado no país é um problema de "câmbio".

"Isso é cambiário. Por um lado, o Brasil compra do Paraguai; por outro, a Argentina vende para o Paraguai. Em um país, o câmbio está 2,2; no outro, está 9. Se tivesse uma moeda única, seria outra situação", disse.

Cartes afirmou ainda que poderia vender a Tabesa. A companhia é o carro-chefe do Grupo Cartes, um conglomerado com 26 empresas.

"Na campanha, me perguntaram se eu ficaria com a empresa, e eu falei: não vou dar de presente. Se alguém quiser pagar, pode levar. Mas tem que pagar", disse. "A minha posição é que tudo que é meu está à disposição para ser comercializado."

Atualmente quase a totalidade do mercado paralelo de cigarros no Brasil tem origem em fábricas paraguaias. Estima-se que mais de 80% da produção do país vizinho acabe no comércio ilegal.

Os cigarros entram ilegalmente no Brasil em caminhões ou barcos, principalmente pela fronteira com o Paraná e o Mato Grosso do Sul.

Grupos antitabagistas brasileiros temem que, com um empresário do setor no poder, o controle sobre o contrabando se torne mais frouxo.

Além de abocanhar uma fatia do mercado legal brasileiro, o cigarro contrabandeado é visto como um risco adicional à saúde pública por seus baixos preços.

VISITA AO BRASIL

Ontem, Cartes também elogiou a disposição das presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner (Argentina) para o diálogo, novamente sem citar o uruguaio José Mujica.

O paraguaio afirmou que o clima para o relacionamento bilateral com o Brasil "é ótimo" e anunciou que "em pouco tempo" pretende fazer uma visita ao país.

"Já estamos com o embaixador brasileiro no Paraguai, e acho que essa é uma resposta de como está o clima", disse Cartes, após anunciar que o país recebeu o pedido de agrément (autorização) para o embaixador José Eduardo Martins Felicio.

O diplomata ainda precisa ter o nome aprovado pelo Senado brasileiro.

"Isso é cambiário. Por um lado, o Brasil compra do Paraguai; por outro, a Argentina vende para o Paraguai. Em um país, o câmbio está 2,2; no outro, 9. Se tivesse moeda única, seria outra situação"

Horacio Cartes, presidente do Paraguai


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