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EUA violaram privacidade 2.776 vezes em um ano

Dados estão em auditoria interna da NSA revelada por Edward Snowden

Os mais atingidos são estrangeiros que visitaram o país e foram alvos de escuta sem permissão da Justiça

CHARLIE SAVAGE DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON

Em um ano, a agência americana de segurança (NSA) violou 2.776 vezes as regras de privacidade que protegem as comunicações de cidadãos dos EUA e de moradores do país. A informação está em auditoria interna de 2012 revelada por Edward Snowden, ex-funcionário da NSA, ao "The Washington Post".

As violações derivam, em grande escala, de erros do operador e do sistema, classificados como "pesquisa inadequada ou insuficiente" na seleção de alvos de escuta.

O maior número de episódios --1.904-- parece se relacionar a casos em que um estrangeiro, cujo celular está sob escuta sem mandado, entra em território dos EUA, onde escutas requerem mandado judicial. A alta nos incidentes desse tipo num só trimestre pode estar relacionada ao número de chineses que visitam parentes e amigos nos EUA nos feriados do Ano-Novo chinês.

"Esses incidentes são, em geral, impossíveis de prevenir (...), porque as viagens ocorrem muitas vezes sem anúncio e não são fáceis de serem previstas".

O diário citou outros problemas. Em um caso de 2008, não reportado ao Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira nem ao Congresso, o sistema registrou "grande número" de telefonemas realizados de Washington devido a um erro de programação que confundiu o código telefônico da área, 202, com o código do Egito, 20.

Para Jameel Jaffer, da organização American Civil Liberties Union, embora algumas violações pareçam mais perturbadoras do que outras, é o seu grande número que causa espanto.

Em comunicado, a NSA declarou que suas atividades de vigilância "são continuamente auditadas e supervisionadas, interna e externamente" e que, quando comete um erro, "a agência reporta o problema internamente e às autoridades federais".

Um artigo em boletim interno da NSA dá indícios sobre um episódio, já conhecido, mas não plenamente compreendido, no qual o Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira constatou, em 2011, que a NSA violara a Constituição.

O boletim afirma que o tribunal publicou, em outubro de 2011, uma informação que constatava que algo que a NSA estava recolhendo envolvia "múltiplas transações de comunicações", com dados que fluíam em redes de fibra óptica em solo dos Estados Unidos, e que a prática era "deficiente em termos estatutários e constitucionais".


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