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Promotor pede 60 anos de prisão para fonte do WikiLeaks
Soldado americano Bradley Manning deve conhecer sua pena nesta semana; ele pode pegar até 90 anos de cadeia
Manning foi considerado culpado por 19 crimes, de espionagem a fraude de informática; defesa pede pena de até 25 anos
A Promotoria pediu ontem pena de ao menos 60 anos de prisão à corte militar que julga o soldado americano Bradley Manning, 25.
Em 2010, ele revelou documentos confidenciais da diplomacia e do Exército dos EUA ao site WikiLeaks.
O promotor do caso, o capitão Joe Morrow, disse que Manning "merece passar a maior parte do resto de sua vida" na cadeia.
O soldado foi absolvido, no final de julho, da acusação mais grave, a de colaborar com o inimigo, o que poderia levá-lo à prisão perpétua. Foi considerado culpado por 19 acusações ligadas a espionagem e a somatória das penas pode alcançar 90 anos de prisão. A sentença deve começar a ser exposta hoje.
A defesa pede que as penas não superem 25 anos --o prazo de sigilo da maioria das informações vazadas.
Na semana passada, Manning pediu desculpas pelo vazamento. Durante a audiência, seus problemas pessoais foram explorados, como a identidade sexual e os traumas de infância com pais alcoólatras. Foi divulgada uma foto em que Manning aparece de peruca loira.
Na tentativa de abrandar a pena, a estratégia da defesa de apresentá-lo como um jovem em conflito é mais eficaz do que justificá-lo como um delator de desvios governamentais a jornalistas, diz Michael Corgan, especialista da Universidade de Boston. "A defesa pode evidenciar falha do governo em proteger suas próprias informações e em selecionar melhor quem tem acesso a elas", afirmou.