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Análise conflito

Possível intervenção na Síria traz dúvidas e riscos para o Ocidente

Mesmo que meta seja apenas dissuadir o regime de usar armas químicas, ataque pode mudar equilíbrio de forças

Há risco de que uma ação militar aprofunde as tensões com os importantes aliados de Assad e desencadeie represálias

JAMES BLITZ DO "FINANCIAL TIMES"

Os líderes de Reino Unido, EUA e França passaram os últimos dias mergulhados em planejamento militar e diplomático em resposta ao ataque com armas químicas que teria sido cometido pelo governo sírio na semana passada.

Esse planejamento sugere que eles vão lançar um ataque militar contra o regime do ditador Bashar al-Assad nas próximas semanas.

Isto dito, existem aspectos- chave desse ataque que ainda não foram esclarecidos.

Primeiro: qual seria a base legal da ação militar? William Hague, o chanceler britânico, disse que a resposta poderia ser tomada com base "no grande sofrimento e carência humana". Desse modo, disse ele, uma decisão sobre uma ação militar poderia ser tomada sem passar pela ONU.

Mas os EUA e seus aliados serão pressionados a explicitar quais são as bases legais de tal ação. Ela irá se basear no "direito de proteger" civis, como quando a Otan bombardeou a Sérvia em 1999? Ou na necessidade de impedir violações das convenções internacionais que proíbem o uso de armas químicas?

Em segundo lugar, os EUA e seus aliados já afirmaram categoricamente que o regime de Assad foi responsável pelo ataque químico maciço nos arredores de Damasco. Mas ainda não deram detalhes das informações de inteligência que os levaram a uma conclusão tão firme.

As evidências circunstanciais de que o ultraje teria sido cometido pelo regime parecem ser imensas. Mas qual foi o agente químico utilizado? Quem deu a ordem de atacar? Em algum momento, os países serão pressionados a detalhar o que sabem.

Em terceiro lugar, há a questão de qual será o objetivo de uma possível ação militar. A impressão dada por autoridades britânicas é a de que será um acontecimento único para dissuadir o regime de Assad de empregar armas químicas novamente.

Mas o fato é que um ataque sério aos equipamentos militares do país pode fazer a balança pender em favor dos rebeldes que há mais de dois anos combatem o regime.

Finalmente, quais são os riscos da ação militar? A Síria de Assad não é um Estado pária e sem aliados, como era a Líbia de Muammar Gaddafi. O regime recebe ajuda de assessores russos e iranianos e também de militantes do grupo xiita libanês Hizbullah.

O risco de que uma ação militar aprofunde as tensões com os importantes aliados de Assad e desencadeie represálias terroristas por parte do Hizbullah é grande.


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