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Embaixador perde indicação de Dilma

Nova 'vítima' da operação de fuga de senador boliviano, Marcel Biato fica sem apoio presidencial para vaga na Suécia

Diplomata lidera representação em La Paz e saiu de férias uma semana antes de Roger Pinto fugir para o Brasil

DE BRASÍLIA

A operação de retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina de La Paz para o Brasil fez ontem sua terceira vítima. Irritada com o episódio, a presidente Dilma Rousseff retirou a indicação do embaixador Marcel Biato para assumir a embaixada em Estocolmo (Suécia).

Biato era o embaixador brasileiro na Bolívia quando Molina se refugiou na embaixada, recebendo em seguida asilo diplomático do governo do Brasil. O Palácio do Planalto suspeita que ele tenha participado da operação que trouxe o senador boliviano.

Antes dele, Dilma havia demitido o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), por avaliar que ele perdeu o comando do Itamaraty, e determinado o afastamento provisório de Eduardo Saboia, encarregado de negócios em La Paz e responsável direto pela retirada, de carro, do senador Molina da Bolívia.

A suspensão de Saboia vai durar até o fim das investigações abertas pelo Itamaraty sobre o episódio.

A Comissão de Relações Exteriores do Senado recebeu ontem mensagem da presidente retirando a indicação de Biato, que trabalhou no Palácio do Planalto durante o governo Lula e foi auxiliar do assessor especial Marco Aurélio Garcia.

As indicações de embaixadores têm que ser aprovadas pelo Senado. Dilma havia encaminhado sua indicação no dia 14 de agosto.

A petista diz, no documento, que escolheu o diplomata por "méritos para o desempenho dessa elevada função", expostos em seu currículo enviado ao Senado.

Biato, formalmente, ainda é o responsável pela Embaixada do Brasil na Bolívia, mas entrou em férias uma semana antes do embarque de Molina para o Brasil. Ele está com uma filha doente em Brasília e veio acompanhar o seu tratamento de saúde.

"NÚCLEO DE OPOSIÇÃO"

A decisão da presidente de suspender a indicação de Biato foi revelada ontem pelo Painel da Folha. Segundo assessores presidenciais, foi ele quem aceitou o ex-senador na embaixada brasileira e sempre teve relações tumultuadas com Evo Morales.

O presidente boliviano, no início do ano, chegou a dizer à presidente Dilma que a embaixada brasileira era um "núcleo de oposição a seu governo".

Eduardo Saboia disse que Molina foi retirado da embaixada e veio ao Brasil, no sábado, por problemas de saúde. Ele diz que não contou com a ajuda de Biato. (GABRIELA GUERREIRO, VALDO CRUZ E ELIANE CANTANHÊDE)


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