Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise Política Externa

Novo chanceler terá de resgatar Itamaraty de uma das maiores crises

Luiz Alberto Figueiredo assume no momento em que o ministério é pressionado pela sociedade como nunca

DAWISSON BELÉM LOPES ESPECIAL PARA A FOLHA

Caberá ao diplomata Luiz Alberto Figueiredo reabilitar o Itamaraty de uma de suas mais ruidosas crises.

Novo chefe da Casa de Rio Branco, ele recebeu de Dilma um mandato implícito: distanciar-se da gestão do ex-ministro Patriota.

O Itamaraty abriga em seu seio diversas contradições.

Ministério dos mais antigos, fundado no Império, constituiu-se em celeiro de estrategistas, intelectuais, artistas e burocratas da melhor estirpe e goza de boa reputação no exterior.

Não obstante, a pasta encontra-se pressionada como nunca pela sociedade, ciosa de que a diplomacia possa, enfim, coadunar-se com a gramática política do século 21.

O chanceler deve atentar para a natureza do cargo. Faz algum tempo que a política externa deixou de estar confinada ao Itamaraty.

Os desafios de Figueiredo são também programáticos. Há que retomar a tradição brasileira de ativismo e contestação às desigualdades nos fóruns multilaterais.

O arrefecimento da campanha por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e os insucessos na tentativa de uma ampla reforma das instituições de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial) foram aspectos lamentados pela cúpula governamental na administração anterior do Itamaraty.

Da perspectiva regional, cumprirá ao ministro a tarefa de recompor as relações com La Paz e Assunção, bem como dar novo impulso ao projeto de integração pós-liberal da América do Sul.

A controvérsia sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul serviu de cortina de fumaça para a estagnação de dinâmicas (políticas e econômicas) que são de vital importância para o êxito de nossa diplomacia.

Por fim, Figueiredo deverá levar em conta a necessidade de incluir minorias (mitigando o problema histórico da sub-representação de mulheres e negros no corpo diplomático), combater focos de corrupção e ineficiência, pugnar por maior qualidade na assistência aos brasileiros no exterior e consequentemente aproximar a população do Itamaraty.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página