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EUA dizem ter provas de gás sarin na Síria

John Kerry afirma que uso da arma química foi comprovado por exames laboratoriais em amostra de sangue e cabelo

Revelação de secretário de Estado é feita um dia após Obama pedir aval do Congresso para uma intervenção militar

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

Após pedir aval do Congresso para realizar uma intervenção militar na Síria em resposta ao suposto ataque com armas químicas ocorrido em Damasco no último dia 21, o governo americano afirmou ontem ter provas laboratoriais de que o regime de Bashar al-Assad utilizou gás sarin contra sua própria população.

"Amostras de sangue e cabelo fornecidas pelos socorristas registraram sinais positivos do sarin", anunciou o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em uma série de entrevistas concedidas ontem a programas de televisão americanos.

Numa dessas entrevistas, Kerry comparou Assad a dois outros ditadores, Saddam Hussein e Adolf Hitler, que também violaram a proibição internacional ao uso de armas químicas.

O gás sarin, que afeta o sistema nervoso e pode provocar paradas respiratórias ao ser inalado ou entrar em contato com a pele, é considerado uma arma de destruição em massa pelas Nações Unidas. Seu uso já havia sido alvo de suspeita da Casa Branca no caso da guerra civil síria, que se arrasta há mais de dois anos e já deixou cerca de 110 mil vítimas.

A nova fala do secretário de Estado tenta reforçar o relatório produzido pela inteligência americana e divulgado no final da semana passada em um esforço para demonstrar transparência e evitar os erros de 2003, quando o governo do ex-presidente George W. Bush invadiu o Iraque sob o argumento de que Saddam possuía armas de destruição em massa, depois não encontradas.

Sem oferecer mais detalhes sobre a origem das provas, Kerry informou apenas que elas não são fruto do levantamento dos inspetores das Nações Unidas que deixaram a Síria anteontem, após uma visita em busca de provas do ataque químico. O relatório da equipe da ONU ainda não foi divulgado.

Kerry repetiu diversas vezes que tem confiança de que receberá uma resposta positiva dos legisladores. Um dia antes o presidente Barack Obama anunciou que prefere esperar o endosso do Congresso antes da intervenção militar.

De acordo com Kerry, o apoio do Congresso à reação militar reforça o recado às ambições nucleares do Irã e da Coreia do Norte --em seu discurso anteontem, Obama já havia sugerido que a inação dos EUA afetaria a credibilidade americana com outros países.

Questionado sobre como reagiria diante de uma recusa do plenário, o secretário de Estado respondeu que o presidente tem o direito de agir assim mesmo, "mas sabe que o país se mostrará mais forte se atuar unido".

"Se o regime de Assad for insensato a ponto de realizar um novo ataque, é claro que o presidente dos Estados Unidos sabe que tem poder para isso. E eu presumo que ele agiria muito rapidamente."

Ao levar o debate ao Congresso, porém, o presidente americano se arrisca a experimentar a derrota sofrida pelo primeiro-ministro britânico David Cameron, cuja proposta de participar da ação militar com os americanos foi derrubada pelo Parlamento na semana passada.

Uma eventual resistência republicana pode desafiar os planos do presidente, conforme afirmou o deputado Peter King, também republicano, à rede de TV Fox News. "Se a votação fosse hoje, provavelmente seria um não'", disse.


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