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Assad se diz pronto para reagir a 'agressão'
Com apoio do Irã, ditador sírio afirma que combaterá ameaça estrangeira assim como faz com 'terrorismo' no país
Cúpula da Liga Árabe no Cairo tem pedidos de apoio aos rebeldes; estimativa de mortos no conflito chega a 110 mil
O ditador Sírio, Bashar al-Assad, afirmou ontem que seu país "é capaz de fazer frente a qualquer agressão estrangeira, assim como tem feito com a agressão interna".
Em declaração à TV estatal, Assad disse ainda que as "ameaças dos EUA" não farão Damasco abandonar "seus princípios e sua luta contra o terrorismo [em referência aos rebeldes que combatem seu regime]".
Antes de se pronunciar sobre a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de pedir aval do Congresso americano para atacar a Síria, Assad se reuniu com o iraniano Alaedin Boruyerdi, que preside a Comissão de Segurança Nacional e Política exterior do Parlamento persa.
Boruyerdi afirmou que, em caso de intervenção estrangeira no conflito sírio, "os grandes perdedores serão os Estados Unidos e seus agentes na região, sobretudo a entidade sionista [em referência a Israel]".
O iraniano disse que Teerã "não admitirá complôs estrangeiros contra a resistência síria [à tentativa de derrubada do regime de Assad]".
Em reforço às declarações de Assad, o premiê sírio, Wael Nader al-Halqi, afirmou que o Exército do país está em "máxima prontidão e com os dedos no gatilho para fazer frente a todos os desafios".
O vice-ministro de Relações Exteriores, Faysal Moqdad, afirmou que Obama "parecia confuso e indeciso" quando anunciou que buscaria apoio do Congresso para lançar o ataque.
Um porta-voz do oposicionista Exército Livre da Síria, por sua vez, disse à agência Efe que o grupo planeja uma ofensiva contra o regime, "coincidindo" com eventual ataque americano.
"Demos ordens a todas as brigadas de combatentes para que se preparem e aproveitem essa oportunidade", disse Qasem Saadedin.
Já o líder da Coalizão Nacional Síria, Ahmed Yarba, conclamou os países árabes a apoiar uma "intervenção militar contra a máquina de assassinatos e destruição" do regime sírio, durante cúpula da Liga Árabe, no Cairo. Também na cúpula, o chanceler saudita, Saud al Faisal, pediu respaldo aos rebeldes sírios.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, divulgou ontem a cifra de cerca de 110 mil mortos desde o início do conflito sírio, em março de 2011. As informações sobre as mortes são reunidas, segundo o Observatório, por uma rede de colaboradores internos.
Segundo o levantamento, a maioria das mortes foi entre membros das forças de segurança e milícias pró-regime (45,4 mil). Houve 21,8 mil baixas entre combatentes rebeldes e 40,1 mil entre civis.