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Japão quer recuperar protagonismo na Ásia

Em visita ao Brasil, chanceler vai discutir reforma do Conselho de Segurança da ONU

JULIANO MACHADO EDITOR-ADJUNTO DE MUNDO

O ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, chega hoje ao Brasil para uma visita de três dias.

Sua tarefa é tentar mostrar a imagem de um país que voltou a ter relativa estabilidade política com o premiê conservador Shinzo Abe, passa por recuperação econômica e, por isso, quer retomar um papel de protagonismo no cenário internacional, posto hoje ocupado na Ásia pela China.

No encontro com o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, Kishida reforçará a posição japonesa a favor da reforma no Conselho de Segurança da ONU. Os dois países, junto com Alemanha e Índia, formam o Grupo dos Quatro (G4) e buscam assento permanente no órgão. Os chanceleres do G4 devem se reunir durante a Assembleia da ONU, no fim do mês, para tratar do assunto.

Em entrevista à Folha, Kishida afirmou que outro objetivo da visita é "transmitir com clareza nosso modo de considerar as questões da promoção da paz e prosperidade mundial, inclusive no que concerne à região da Ásia e do Oceano Pacífico".

Desde que assumiu, em dezembro de 2012, Abe tem adotado um discurso externo agressivo, para tentar fazer contrapeso à ascensão da China na área de influência japonesa. Os rivais travam uma disputa territorial pelo arquipélago de Senkaku (Diaoyu, para os chineses), que possui reservas de gás.

Para Kishida, "o desenvolvimento da China é algo que deve ser celebrado" porque traz relevância à região. No entanto, o chanceler disse ter percebido, em encontros com autoridades estrangeiras, que "as expectativas dos outros países com relação ao Japão estão se elevando".

Para corresponder a essa expectativa, o país busca mostrar força. Abe aumentou os gastos militares pela primeira vez em 11 anos, e uma de suas ambições é reformar a Constituição para permitir que o Japão possa ter tropas de ataque ""desde a Segunda Guerra Mundial, o país se comprometeu a ter apenas forças de autodefesa.

Qualquer emenda constitucional precisa de dois terços dos votos nas Câmaras Alta e Baixa do Parlamento. O partido Liberal Democrático, de Abe, possui maioria nas duas Casas, mas não absoluta. Com isso, não há como reformar a Carta por ora, mas o controle do Legislativo dá estabilidade a Abe, num país que vem tendo a média de um premiê por ano desde 2006.

De Brasília, Kishida vai para São Paulo, onde se encontra com empresários e líderes da comunidade japonesa ""a maior do mundo fora do Japão, com 1,5 milhão de pessoas.


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