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Ex-presidente egípcio irá a julgamento por incitação à violência
Procuradoria acusa Mohammed Mursi, deposto por militares em julho, e líderes da Irmandade Muçulmana
Ex-parlamentar e o número dois do partido islamita da Liberdade e da Justiça estão entre os acusados
O ex-presidente egípcio Mohammed Mursi, destituído e detido pelo Exército em um golpe militar em julho, será julgado com outras 14 lideranças e membros da Irmandade Muçulmana por "cometer e incitar a violência", anunciou ontem a agência estatal de notícias "Mena", sem fornecer a data do processo.
Desde sua deposição, Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente no país, está preso em local secreto.
Mursi e os líderes são acusados de instigar atos de violência no dia 5 de dezembro de 2012, quando pelo menos seis pessoas morreram e centenas ficaram feridas em distúrbios entre seguidores e críticos do presidente deposto nas imediações do Palácio Presidencial.
Segundo a "Mena", as investigações do governo revelaram que Mursi ordenou que o chefe da Guarda Republicana e o ministro do Interior interviessem contra os manifestantes pacíficos que protestavam contra o polêmico decreto constitucional que tinha blindado os poderes presidenciais diante da Justiça.
De acordo com a promotoria, os comandantes da segurança rejeitaram essa intervenção "para preservar a vida dos manifestantes".
Após essa negativa, os assessores presidenciais Assad al Shija, Ahmed Abdel Ati e Ayman Abdel Raouf, que estão entre os acusados, teriam convocado os seguidores da Irmandade Muçulmana a se reunir nos arredores do Palácio Presidencial de Itihadiya para dispersar os manifestantes à força, segundo o procurador Hisham Barakat.
Entre os líderes islamitas que irão responder às acusações com Mursi, estão Essam al-Ariane, número dois do partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), braço político da Irmandade, e Mohamed Beltagi, ex-parlamentar.