Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Rebeldes filmam execução de soldados sírios, diz dissidente

C.J. CHIVERS DO "NEW YORK TIMES"

Os rebeldes sírios apontaram as armas para os sete prisioneiros a seus pés, soldados do regime de Bashar al-Assad, apavorados e sem camisa.

Cinco dos prisioneiros estavam amarrados, com vergões vermelhos nas costas. Eram mantidos com os rostos enfiados na terra, enquanto o comandante dos rebeldes recitava um verso revolucionário.

Assim que o poema acabou, o comandante, conhecido como "o Tio", disparou uma bala na nuca do primeiro soldado. Seus homens seguiram o exemplo, matando imediatamente os demais.

Enquanto os EUA discutem se vão apoiar a proposta de Obama de atacar o governo sírio em retaliação ao uso armas químicas contra civis, esse vídeo, filmado em abril e levado para fora da Síria recentemente por um rebelde dissidente, vem somar-se a um conjunto crescente de evidências de um ambiente cada vez mais criminoso no país.

Em maio, outro vídeo que correu o mundo já mostrava um rebelde arrancando e comendo o coração de um soldado do regime.

As imagens exemplificam o dilema que os EUA enfrentam para achar aliados entre os rebeldes. Em mais de dois anos de guerra civil, uma parte da oposição síria assumiu um viés extremista e se aliou abertamente à Al Qaeda.

Isso suscita a perspectiva de que uma ação militar americana possa inadvertidamente fortalecer criminosos e extremistas islâmicos.

Abdul Samad Issa, 37, o comandante que liderou a execução gravada em vídeo, ilustra esse risco.

Segundo um de seus antigos assessores, Issa lidera menos de 300 combatentes. Comerciante e criador de gado antes da guerra, ele formou o grupo no início do levante contra Assad.

De acordo com seu ex-assessor, sua motivação é a busca de vingança --Issa acredita que o pai, opositor de Hafez al-Assad, pai do atual ditador, tenha sido morto durante o chamado Massacre de Hama, 27 dias de repressão governamental à Irmandade Muçulmana, em 1982.

Uma das táticas dele parece ser prometer a seus combatentes "o extermínio" dos alauitas, grupo islâmico minoritário ao qual pertence a família Assad e que Issa vê como culpado pelo sofrimento da Síria.

A questão da radicalização dos rebeldes preocupa o Ocidente. Em Washington, anteontem, o secretário de Estado americano, John Kerry, insistiu que "existe uma oposição moderada real", mas admitiu que cerca de 15% a 20% dos entre 70 mil e 100 mil oposicionistas são "homens maus".

E, embora os EUA tenham dito que buscam políticas que fortaleçam os rebeldes seculares e isolem os extremistas, a dinâmica na própria Síria, conforme o que se vê no vídeo e em vários outros crimes documentados, é mais complexa que uma disputa entre grupos seculares e religiosos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página