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Análise

Metáfora da 'linha vermelha' pode ser fatal para Barack Obama

MICHAEL KEPP ESPECIAL PARA A FOLHA

Ao analisar os argumentos a favor e contra um ataque dos Estados Unidos à Síria, o da colunista Amy Goodman destacou-se. "Por que deveriam os EUA arriscar matar civis sírios inocentes para punir o regime sírio por matar civis sírios?"

Seu argumento moral triunfa sobre o legal do presidente Barack Obama, segundo o qual os EUA devem punir a Síria por violar norma internacional ao usar armas químicas.

Outros comentaristas questionaram o porquê de o tipo de arma fazer diferença --gás sarin, que matou cerca de 1.400 sírios, em oposição às armas convencionais, que mataram mais de 100 mil civis e deixaram 2 milhões de refugiados.

Por quê? Por causa de uma metáfora potencialmente fatal que Obama usou em 2012 ao alertar o regime sírio que haveria punição se ultrapassasse a "linha vermelha", usando armas químicas.

Tais ameaças são perigosas. Se não forem concretizadas, podem refletir fraqueza. Se o regime desafia as ameaças de Obama, ele se sente compelido a manter a credibilidade e a projetar poder.

Uma guerra civil "proxy", na qual os adversários recorrem a terceiros, é o mais imprevisível dos conflitos.

Os rebeldes jihadistas, ligados à Al Qaeda, e não os moderados que estão sendo armados pelos EUA, se beneficiarão de um regime enfraquecido por um ataque?

O Irã, que arma a Síria e o Hezbollah, grupo terrorista libanês que apoia o regime, não reagirá a um ataque?

Os EUA interceptaram uma ordem do Irã a militantes no Iraque para atacar a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá se houver um ataque à Síria e temem que o Hizbullah possa atacar a embaixada americana em Beirute.

Todos os conflitos têm consequências imprevisíveis, como as guerras dos EUA no Iraque e no Afeganistão mostram. Essa é a razão pela qual Obama não pode conseguir apoio internacional para atacar a Síria.

Isso e a esmagadora oposição pública ao ataque são as razões de um possível voto contrário do Congresso americano, forçando o presidente a ir sozinho à guerra.

Durante sua primeira campanha, Obama disse que "o presidente não tem o poder constitucional para autorizar unilateralmente um ataque militar em uma situação que não envolva impedir uma situação real e iminente que a ameace a nação". Parece, no entanto, que o próprio poder o transformou em um unilateralista.


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