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Candidato de Putin se reelege em Moscou
Nome da oposição, Alexei Navalny tem desempenho surpreendente, contesta resultados e exige segundo turno
Com 80% dos votos apurados, Sobianin obteve 51,4%, contra 27,2% de oponente, ativista anticorrupção
O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, aliado do presidente Vladimir Putin, foi reeleito ontem, segundo apuração parcial.
O candidato opositor Alexei Navalny, que surpreendeu obtendo quase um terço dos votos, contestou os resultados e exige segundo turno.
Com 80% dos votos apurados, Sobianin tinha 51,4% contra 27,2% de Navalny.
De acordo com pesquisas de boca de urna, o aliado de Putin aparecia com 53%, enquanto o opositor alcançou entre 29% e 32% dos votos. Nas pesquisas há uma semana, Navalny tinha cerca de 18% das intenções de voto.
"Nós não aceitamos os resultados que estão sendo anunciados, e não vamos desistir de um voto sequer que recebemos", disse Navalny. "Vamos exigir segundo turno", disse à rádio "Echo". Ele convocou seus apoiadores a uma concentração na noite de hoje na capital.
O bom desempenho do opositor anima a oposição, frágil ante o poderio de Putin, e mostra o rápido crescimento de Navalny, ativista anticorrupção que liderou protestos contra Putin em 2011 e 2012.
Condenado em julho a cinco anos de prisão por acusações de desvio de recursos, o que ele nega e considera uma perseguição política, Navalny foi detido e depois liberado, de maneira surpreendente, até a análise da apelação.
Por isso, conseguiu concorrer à Prefeitura de Moscou.
Para analistas políticos, o Kremlin avaliou que era melhor deixá-lo concorrer para dar mais legitimidade às eleições na capital russa, as primeiras em dez anos. Em 2004, Putin decretou o fim da eleição direta para Moscou, mas a decisão foi revertida no ano passado.
Um alto índice de abstenção, de cerca de 70%, ajudou os números de Navalny, cuja campanha foi feita por voluntários, a maioria jovens.
O desempenho do ativista, que fez campanha "ocidental", com comícios em estações de metrô e arrecadação de fundos pela internet, pegou de surpresa Sobianin, apontado para o cargo por Putin em 2010.
O atual prefeito licenciado, de 55 anos, um gestor eficaz mas sem carisma, não aceitou participar nos debates.
