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Obama telefona para Dilma sobre visita

Em conversa de cerca de 20 minutos, americano tenta convencer presidente a manter sua viagem a Washington

Dilma, por sua vez, diz ter dificuldades de manter agenda após denúncias de que EUA espionam o país

DE BRASÍLIA

O presidente americano, Barack Obama, telefonou ontem para a presidente Dilma Rousseff na tentativa de evitar o cancelamento da visita de Estado da brasileira aos EUA no mês que vem. Segundo a Folha apurou, Dilma disse ao colega ter dificuldades para manter a viagem marcada para o dia 23 de outubro.

A Casa Branca, então, se comprometeu a enviar um documento para o governo brasileiro. Devido a isso, o anúncio da decisão ficou para hoje. Interlocutores do Executivo não informaram o conteúdo do documento.

Desde o início, Dilma insiste que só não desistiria da viagem se os EUA desse uma resposta "satisfatória".

O porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, comunicou que a conversa entre os dois durou cerca de 20 minutos.

O ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) acompanhou o telefonema, que ocorreu no mesmo dia da chegada da diplomata americana Liliana Ayalde a Brasília, onde assumirá o cargo de embaixadora.

O pedido de contato telefônico foi feito pela Casa Branca. No sábado, a Folha antecipou que a presidente havia avisado a seu conselho político informal que desistira da viagem em razão das denúncias de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional) contra ela e a Petrobras.

HONRAS

A recepção à presidente brasileira nos EUA contaria com honras de Estado. Neste ano, nenhum outro mandatário recebeu convite semelhante. Esse tipo de visita é reservado a parceiros estratégicos mais próximos dos EUA e implica em formalidades como um jantar de gala na Casa Branca e uma cerimônia militar na chegada.

O último presidente brasileiro recebido com tal distinção foi Fernando Henrique Cardoso.

No entanto, reportagens exibidas neste mês pelo "Fantástico", da TV Globo, atrapalharam os planos.

As revelações partiram de documentos secretos passados ao jornalista Glenn Greenwald pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden, hoje asilado na Rússia. Os papéis mostraram que a comunicação entre Dilma e assessores foi monitorada pela agência americana.

A rede privada de computadores da Petrobras também teria sido alvo direto da espionagem realizada pela NSA. De acordo com os documentos secretos obtidos por Greenwald, um treinamento interno para funcionários da agência sobre como espionar "redes privadas de computadores" citou a Petrobras como um dos "muitos alvos" que "usam redes privadas".

Outros alvos citados foram a diplomacia francesa e o Google.

O nome da petroleira brasileira aparece em vários momentos nos documentos, mas não há dados sobre que tipo de informação a NSA estava buscando. A apresentação exibida é de maio de 2012.

Na avaliação da presidente Dilma, os EUA não pediram desculpas e não deram explicações convincentes sobre a espionagem no Brasil.

Ela disse ontem que vai falar sobre a espionagem americana no Brasil na abertura da Assembleia das Nações Unidas, que se realiza na próxima semana em Nova York. (VALDO CRUZ, NATUZA NERY, TAI NALON E FLÁVIA FOREQUE)


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