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Sarin surgiu por acaso, em pesquisa nazista

IAN SAMPLE DO "GUARDIAN"

Na manhã de 21 de agosto, foguetes com ogivas contendo gás sarin atingiram os subúrbios controlados pelos rebeldes na capital síria e mataram ou feriram centenas de homens, mulheres e crianças.

Os inspetores da ONU, que investigavam atrocidades passadas, logo mudaram de tarefa. A pequena equipe foi ameaçada, e seus veículos foram alvo de tiros. Mas seu relatório de 41 páginas foi concluído em tempo recorde.

O sarin resulta da espécie de acidente que os cientistas vieram a lamentar. Seus inventores trabalhavam em inseticidas na notória IG Farben, uma companhia química na Alemanha nazista.

Em 1938, identificaram uma substância cuja fórmula causava grave perturbação ao sistema nervoso. A companhia adotou o nome sarin para homenagear os químicos envolvidos na descoberta (Schrader, Ambros, Ritter e Van der Linde). O produto que criaram era muitas vezes mais letal que o cianeto.

O sarin é líquido em temperaturas inferiores a 150 graus. Em geral é dispersado de cartucho, foguete ou míssil, numa nuvem de gotículas finas o bastante para serem aspiradas aos pulmões.

Também pode penetrar no organismo por olhos e pele. É inodoro, insípido e transparente: a primeira indicação de seu uso pode ser quando as vítimas começam a cair.

O sarin bloqueia uma enzima que torna impossível "desligar" os nervos para controlar os músculos. A respiração se torna difícil, as vítimas sofrem convulsões.

Os pulmões secretam fluidos e, quando as pessoas tentam respirar, soltam espuma pela boca, muitas vezes rosada de sangue. Uma gota pode bastar para matar --e faz isso em até dez minutos.

O gás pode matar milhares rapidamente. O bombardeio de Saddam Hussein a Halabia (norte do Iraque) durou dois dias em 1988 e matou 5.000; foi o maior ataque químico contra civis na história.


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