Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Rússia acusa rebeldes de usar gás na Síria

País diz ter recebido evidências recolhidas pelo regime de Assad; inspetores da ONU devem retomar investigação

Em entrevista a TV dos EUA, ditador sírio diz que destruição de armas químicas levaria um ano e custaria US$ 1 bilhão

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

O regime da Síria entregou ao governo da Rússia evidências que supostamente demonstram o envolvimento de rebeldes em um ataque químico ocorrido nos arredores de Damasco em agosto.

A informação foi divulgada por agências de notícias russas, citando o vice-chanceler Sergei Ryabkov, após seu encontro com o chanceler sírio Walid al-Mualim.

Para Ryabkov, o relatório publicado pela ONU na segunda-feira, que apresenta provas do uso de armas químicas na Síria, traz conclusões "preconcebidas" e está contaminado pela política.

"Estamos desapontados com a abordagem dos inspetores das Nações Unidas, que prepararam o relatório seletivamente e de maneira incompleta", disse Ryabkov.

Mais tarde, o ditador sírio, Bashar al-Assad, criticou o relatório em entrevista à rede de TV americana Fox News. Ele voltou a negar ter usado armas químicas e classificou de "não realista" a ideia de que seu governo tenha feito o ataque já que estava avançando militarmente na zona --argumento já usado por Moscou para atribuir o massacre aos rebeldes.

As declarações da Rússia e Assad rebatem o presidente americano, Barack Obama, que afirma que o texto da ONU indica a culpa de Assad no ataque de agosto, quando mais de 1.400 pessoas foram mortas por gás sarin.

"Quando você olha os detalhes das evidências apresentadas, é inconcebível que alguém além do regime tenha usado [esse arsenal]", afirmou Obama.

Detalhes do relatório indicam, por exemplo, que os foguetes com armas químicas foram disparados de uma zona controlada pelo regime.

Antes, os EUA já tinham acusado o regime pelo ataque, citando fontes da inteligência americana.

Obama cogitou ordenar intervenção militar na Síria em retaliação, mas uma proposta da Rússia para que Assad entregue seu arsenal químico acabou freando os planos americanos.

As divergências em relação à autoria do ataque com gás, porém, podem ter implicações em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU nesse sentido, já que a Rússia tem poder de veto no órgão.

Há um rascunho para essa resolução --preparado por EUA, Reino Unido e França-- para que o desarmamento seja feito de modo a permitir o uso de força, caso necessário.

Ao lado da China, o governo russo vetou uma série de resoluções do Conselho de Segurança que tinham como objetivo pressionar o regime sírio durante a crise.

A rede CNN anunciou que há planos de que inspetores da ONU voltem à Síria, talvez na próxima semana.

Já Assad, na mesma entrevista ontem à Fox News, se disse "comprometido" a entregar o arsenal químico e afirmou que a destruição das armas pode custar US$ 1 bilhão (R$ 2,2 bilhão) e levar um ano, prazo similar ao previsto pelo acordo russo-americano.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página