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Rede ligada à Al Qaeda mata 39 no Quênia

Atiradores invadem shopping frequentado pela elite em Nairóbi; ataque seria retaliação a tropas na Somália

Massacre foi assumido pelo grupo Al Shabaab; presidente lamenta perda de parentes e diz que caçará responsáveis

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Usando coletes com granadas e fuzis AK-47, um grupo invadiu ontem o shopping center mais sofisticado de Nairóbi, capital do Quênia (leste da África), provocando ao menos 39 mortes.

Mais de 150 pessoas ficaram feridas durante a ação, que ocorreu perto do almoço, quando o Westgate Shopping Mall estava lotado.

O massacre foi assumido pelo grupo Al Shabaab, da Somália, que tem ligações com a rede Al Qaeda.

Seria um protesto contra a presença de tropas quenianas em território somali, parte de uma força de paz.

"O governo do Quênia fez-se de surdo a nossas reiteradas advertências e continuou com o massacre de muçulmanos inocentes na Somália", disse o grupo pelo Twitter.

Até as 22h de ontem (horário de Brasília), os homens armados mantinham um número não revelado de reféns dentro do shopping.

Não estava claro o tamanho do grupo de atiradores, mas a polícia considerava que não tivesse mais de dez indivíduos.

Forças de segurança do Quênia cercavam o local e ameaçavam invadi-lo.

O shopping é frequentado pela elite queniana e por estrangeiros que vivem no país. Pelo menos dois espanhóis, dois franceses e dois canadenses --um deles diplomata-- estão entre os mortos. O governo americano disse haver ao menos quatro cidadãos do país feridos.

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, disse em pronunciamento televisionado ao país que perdeu parentes próximos nesse episódio e prometeu "caçar os responsáveis" pelo ataque.

Inicialmente, o Ministério do Interior falava em "assaltantes" ao pedir, pelo Twitter, que a população evitasse a região próxima ao shopping.

Testemunhas disseram que os atacantes teriam ordenado a saída dos muçulmanos, fazendo alvos apenas entre os demais.

ALVO POTENCIAL

O shopping tem lojas de grife como Nike e Adidas, além de cinemas e restaurantes. É de propriedade de uma empresa israelense, e no passado já havia sido considerado pelas autoridades quenianas um potencial alvo de ação de terroristas.

Uma testemunha disse ter ouvido freadas bruscas pouco antes de escutar uma explosão e tiros no térreo.

"Eles [os atiradores] chegaram e jogaram uma granada. A gente saiu correndo e abriram fogo. Eles gritavam e atiravam", disse Manish Turoit, 18, que conseguiu escapar depois de se esconder no estacionamento.

Clientes e funcionários do shopping subiram pela escada rolante para se esconder no cinema e nos banheiros do shopping. Carrinhos de compras foram usados para retirar feridos.

"Vi uma criança sendo tirada num carrinho, devia ter cinco ou seis anos. Parecia morta, não se movia e nem fazia barulho", disse Sudjar Singh, um funcionário do shopping. "Tentaram atirar na minha cabeça, mas erraram. Ao menos 50 pessoas foram baleadas", afirmou.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, divulgou nota em que expressa "alarme" com o massacre e oferece solidariedade ao governo de Quênia. John Kerry, secretário de Estado dos Estados Unidos, afirmou que o massacre de inocentes é lembrança dolorosa do mal que há no mundo.


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