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Exército do Quênia invade shopping e diz que liberou maioria de reféns

Ataque de grupo ligado à Al Qaeda começou no sábado e deixou pelo menos 68 mortos

Operação continuava, no entanto; TV diz que há ocidentais entre os terroristas, mas isso não foi confirmado

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Forças militares do Quênia invadiram ontem o shopping center de Nairóbi que o grupo terrorista somali Al Shabaab (a juventude, em árabe), ligado à Al Qaeda, havia atacado e no qual mantinha reféns desde a tarde de sábado.

O governo disse à noite que mais de mil pessoas haviam sido liberadas desde o início do ataque e que a maior parte do centro comercial estava controlado por suas forças. Até o fechamento desta edição, contudo, permaneciam no prédio cerca de dez a quinze terroristas, que ainda manteriam dez pessoas sob seu poder.

A lista de mortos subiu para 68, com 175 feridos --mas é provável que os números aumentem.

O shopping Westgate fora tomado anteontem por homens armados, em operação que contou com o lançamento de granadas.

O Al Shabaab, baseado na Somália, assumiu a autoria do ataque, justificando-o a partir da intervenção militar do Quênia no país.

De acordo com o canal de TV americano "CNN", o grupo de militantes que invadiu o shopping contaria com três cidadãos americanos de origem somali.

Entre os atiradores haveria também um inglês, um canadense, um finlandês, um polonês, um queniano e duas pessoas vindas da Somália.

O governo do Quênia, contudo, negou a procedência dessa informação.

Relatos davam conta, ontem à tarde, que os esforços quenianos de resgate tinham apoio de forças israelenses. O shopping é de investidores israelenses, e os dois países têm acordos militares.

Não estava clara qual era a participação de Israel, mas imaginava-se que fosse na formulação de uma estratégia, e não com soldados.

Procuradas pela Folha, as Forças de Defesa de Israel disseram desconhecer qualquer participação na ação no Quênia. O escritório do premiê não retornou as ligações.

O Quênia luta na Somália há dois anos em combate aos militantes do Al Shabab, como parte de uma força africana no país que lidera há anos a lista de Estados mais fracassados do globo, por seu governo ineficiente, pela fome e pela pirataria.

Essa violenta facção terrorista já havia ameaçado represália ao Quênia.

Em 2010, a organização deixou 79 mortos em Uganda, outro país que integra força militar na Somália, em ataque cometido no dia da final da Copa do Mundo da África do Sul.

ESTRANGEIROS

O shopping Westgate é considerado uma construção de alto luxo em Nairóbi. Autoridades americanas já haviam alertado o governo sobre a possibilidade de ataques a tais pontos do país.

Em pronunciamento à nação, o presidente Uhuru Kenyatta afirmou que não irá retirar suas forças da Somália. O país, disse, "não irá desistir da guerra ao terror".

O sobrinho de Kenyatta estava no shopping e foi morto. "Muitos de nós perderam pessoas amadas", declarou o presidente.

Os mortos no shopping Westgate incluem franceses, britânicos, canadenses, indianos e ao menos uma americana, uma sul-africana, um ganense e uma chinesa.

Seriam pelo menos 14 estrangeiros entre as vítimas do massacre.


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