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Análise

Ataque é produto de luta interna no grupo terrorista Al Shabaab

SIMON TISDALL DO "GUARDIAN"

O ataque ao shopping Westgate em Nairobi é um produto do longo fracasso de potências ocidentais e países da União Africana em acabar com mais de 20 anos de anarquia no "estado falido" da Somália. Mas também reflete o resultado de uma briga interna e brutal de poder dentro do próprio Al Shabaab.

À primeira vista, a atrocidade parece uma represália às operações militares bem-sucedidas feitas no sul da Somália por 4.000 soldados quenianos ligados à Amisom (Missão da União Africana para a Somália), em uma missão de pacificação apoiada pela ONU.

Mas a tragédia também é uma fria declaração de intenções feita por Ahmed Abdi Godane, o líder da Al Shabaab, que consolidou seu poder em junho num golpe interno em que executou até cofundadores do grupo.

Em 2011, Godane esteve por trás da decisão do Al Shabaab de se afiliar à Al Qaeda.

No mesmo ano, publicou um vídeo jihadista intitulado "Ao Seu Serviço, Osama" em que prometeu que "a guerra não vai terminar até que a sharia' (lei islâmica) seja implementada em todos os continentes do mundo".

Sheikh Aweys, o líder espiritual do Al Shabaab, ao contrário, é visto como um nacionalista islâmico somali que se opõe à intervenção estrangeira de qualquer tipo, seja ela jihadista, ocidental ou africana.

O triunfo desses líderes foi uma vitória para a linha-dura, que agora está em ascensão. "Eles vão querer mostrar que o Al Shabaab continua uma força coesa, e o meu medo é que haja uma escalada do conflito, com mais atentados", disse o analista somali Rashid Abdi, que vive no Quênia, após o golpe de junho.

As últimas ações da União Europeia para estabilizar a região (como pacotes de ajuda em dinheiro) são um esforço bem-vindo para reverter anos de fracasso por parte da comunidade internacional.

Isso, claro, é importante, contanto que se reverta em ação. Mas, como a atrocidade Westgate sugere, a radicalização da Al Shabaab sob sua nova liderança linha-dura transforma o empurrão para a paz na Somália no desafio mais difícil de todos.

Os terroristas estão divididos. Mas parecem determinados a continuar lutando.


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