Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Obama e presidente iraniano ensaiam gestos de conciliação

Hasan Rowhani se diz disposto a eliminar dúvidas sobre programa nuclear

Para Obama, histórico de desconfiança não será superado 'da noite para o dia'; encontro de ambos não ocorrerá

DE NOVA YORK DA ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

Rompidos desde 1979, Irã e EUA deram passos rumo a um entendimento na 68ª Assembleia-Geral da ONU.

O recém-eleito Hasan Rowhani confirmou sua política de reaproximação com o Ocidente e pediu a Barack Obama que não dê ouvidos a pressões por guerra.

Disse ainda estar disposto a se comprometer com prazos e metas numa negociação que elimine dúvidas sobre seu programa nuclear.

Já Obama fez uma menção positiva ao país persa. Segundo autoridades dos EUA, a Casa Branca ofereceu um encontro informal entre os presidentes --uma interação que seria inferior a uma reunião bilateral, mas já histórica.

Mas a delegação do Irã, segundo os americanos, disse que "seria muito complicado fazer isso, a essa altura".

Amanhã, porém, deve haver uma reunião sobre o programa nuclear iraniano com o secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler do país, Mohamad Zarif.

Em sua fala, Obama disse ainda saber que o "histórico difícil" entre os países, marcado por "profunda desconfiança", "não pode ser superado do dia para a noite", mas indicou a questão nuclear como "passo importante".

O Irã negocia com potências ocidentais solução que as tranquilize quanto às finalidades de seu programa nuclear. Teerã diz fazer uso pacífico da energia, mas o Ocidente o acusa de maquiar esforços para chegar à bomba.

No púlpito, Rowhani chamou de "violentas, pura e simplesmente" as sanções econômicas a que o país está submetido, em razão do programa nuclear, por resoluções do Conselho de Segurança da ONU e por decisões dos EUA e da União Europeia.

De acordo com o iraniano, as armas nucleares "não têm lugar na doutrina de segurança e de defesa do Irã".

Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, chamou a fala de Rowhani de "cínica" e disse que só aceita solução diplomática para o impasse se ela desmantelar por completo a capacidade do Irã de chegar à bomba.

"O Irã acha que palavras suaves e ações simbólicas permitirão que continue em seu caminho por uma bomba", acusou.

Ontem à noite, a rede CNN divulgou trechos de entrevista com Rowhani em que ele afirma que os judeus foram vítimas de "crimes contra a humanidade" cometidos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A fala reforça a mudança de tom do novo presidente iraniano em relação ao seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, que tratava o Holocausto como um "mito".

SÍRIA

No discurso, Obama defendeu que a pressão sobre o regime sírio para que cumpra com o acordo de entrega de armas químicas seja atrelada a uma ameaça militar crível.

O americano também aproveitou para devolver a alfinetada que o presidente russo, Vladimir Putin, lhe deu recentemente em artigo no jornal "The New York Times". Em seu texto, Putin afirmava considerar "perigoso" dizer que alguém é excepcional.

"Alguns podem discordar, mas eu acredito que os EUA são excepcionais. Em parte porque mostramos, por meio do sacrifício de sangue e de tesouros, a disposição para defender não só nossos imediatos interesses, mas os de todos", disse Obama. (JC E GM)


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página