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Ataque no Quênia teve apoio de funcionário

Investigações dos EUA mostram que terroristas do Al Shabaab guardaram armas e munição em loja do shopping

Para autoridades norte-americanas, ataque foi meticulosamente planejado para obter a 'máxima exposição'

DO "NEW YORK TIMES", EM NAIRÓBI

Investigações dos EUA mostram que o ataque do grupo Al Shabaab ao shopping Westgate, em Nairóbi (Quênia), teve apoio de ao menos um funcionário do local.

No sábado, homens armados invadiram o sofisticado shopping com granadas e fuzis. Até a conclusão desta edição, o número de mortos era de 72, incluindo cinco terroristas. A ação terminou anteontem, quando o Exército tomou conta do local.

Um ou dois dias antes do ataque, metralhadoras e munição foram armazenadas em uma loja do shopping com a ajuda de um trabalhador do local. Na loja, um dos militantes deixou uma troca de roupa para que pudesse sair em meio aos civis em fuga.

Segundo as investigações dos EUA, o complô foi montado semanas ou meses atrás na Somália, pela "divisão de operações externas" do Al Shabaab. Uma equipe de combatentes estrangeiros fluentes em inglês foi cuidadosamente selecionada.

As autoridades norte-americanas dizem que o massacre foi meticulosamente planejado para "obter a máxima exposição".

Governantes do Quênia, visto como um oásis de paz e prosperidade em uma região perturbada, tentam responder como 10 a 15 extremistas islâmicos foram capazes de sitiar um shopping, matar mais de 60 civis com armamento militar e resistir durante dias ao contra-ataque das forças de segurança.

BRUTALIDADE

O modo como o ataque foi feito pode ter relação com a recente execução de Omar Hammami, combatente do Al Shabaab que cresceu no Alabama (EUA) e se tornou figura conhecida nos desertos da Somália, onde era conhecido por Ali Mansoor al-Amriki, "o americano". Hammami foi morto a tiros por uma ala do grupo há duas semanas.

Ele dizia que, sob a direção de Ahmed Abdi Godane, o Al Shabaab se tornara brutal demais com os irmãos muçulmanos e que essa brutalidade causava perda de popularidade e de território do Al Shabaab na Somália.

Stig Jarle Hansen, pesquisador norueguês que escreveu um livro sobre a milícia, disse que a cisão talvez possa explicar por que os militantes no shopping tenham decidido poupar a vida de muitos muçulmanos. No passado, o grupo Al Shabaab matou incontáveis muçulmanos na Somália.

"Até Osama bin Laden havia criticado Godane por sua aspereza excessiva", disse Hansen. "O ataque pode ter sido uma maneira de Godane dizer viram, não sou tão duro com os muçulmanos'".

Sobreviventes do ataque dizem que terroristas interrogaram pessoas sobre sua religião antes de decidirem pela sua execução.


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