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Chanceler sírio diz que país apenas combate terrorismo

Na ONU, ele afirma não haver 'moderados' ou 'extremistas' entre rebeldes

'Não haverá conversas sobre solução política enquanto terroristas tiverem apoio militar', diz Walid al-Mualim

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Em discurso ontem na Assembleia-Geral da ONU, Walid al-Mualim, chanceler da Síria, afirmou que "não há guerra civil" no país, apenas combate ao "terrorismo".

Na acepção dada pelo regime do ditador Bashar al-Assad, "terroristas" são os insurgentes que lutam ali, desde março de 2011, pela deposição do mandatário.

"Não haverá conversas sobre uma solução política enquanto terroristas forem apoiados financeira e militarmente", afirmou à ONU.

Segundo Mualim, há entrave conforme "Estados que lutaram contra o terrorismo [...] apoiam terroristas na Síria".

Esse apoio é uma "piada", disse, afirmando não haver diferença entre "moderados e extremistas".

No discurso, o chanceler citou o caso de um insurgente que, em um vídeo, come o coração de um inimigo. "Assistimos a vídeos de terroristas destruindo corpos [...], mas as imagens não os sensibilizam [ao Ocidente]."

A fala de Mualim faz parte do discurso mais amplo do regime de Assad, mas, também, da linha de pensamento daqueles que, inclusive no Ocidente, hoje se opõem a qualquer maneira de auxílio dado à insurgência na Síria.

Há, entre rebeldes, facções ligadas a organizações terroristas. O grupo Jabhat al-Nusra, por exemplo, tem vínculos com a Al Qaeda. Dessa maneira, há um receio generalizado sobre armar rebeldes e fomentar a criação de grupos terroristas na região.

O chanceler disse que tem havido entrega de armas químicas a membros da insurgência --o que constitui séria acusação, já que o próprio regime de Assad vem sendo acusado por um ataque químico em 21 de agosto em que mais de 1.400 foram mortos.

Apesar de os investigadores da ONU terem apenas confirmado o uso de armas químicas, sem apontar responsáveis, há consenso no Ocidente de que o ataque é de autoria das forças de Assad. A Rússia, aliada da Síria, discorda da acusação.

11 DE SETEMBRO

Durante sua fala, Mualim comparou a ação dos rebeldes sírios aos atentados do 11 de Setembro nos EUA. O chanceler afirmou que há 83 países auxiliando a insurgência na Síria atualmente.

"O povo de Nova York testemunhou as devastações do terrorismo e foi consumido no fogo do extremismo e do derramamento de sangue, da mesma maneira que estamos sofrendo agora na Síria."

O chanceler acusou os rebeldes de não querer uma solução pacífica. "Há uma relação sólida entre os desejos das pessoas e as medidas do governo, mas não podemos ter uma solução política com terroristas destruindo mesquitas e igrejas."


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