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Análise

Disputa não é apenas pelo Orçamento, é sobre leis aprovadas pelo presidente

MICHAEL KEPP ESPECIAL PARA A FOLHA

Quando Obama se negou a adiar por um ano a implementação da lei de reforma da saúde, a Câmara, controlada pelos republicanos, legislou por meio da extorsão.

Adiar a entrada em vigor da lei, a grande realização da Presidência de Obama, impediria 11 milhões de terem cobertura de saúde em 2014 e elevaria os prêmios pagos por pessoas que compram seguro-saúde particular.

Entretanto, os republicanos não querem apenas adiar o "Obamacare" --querem destruí-lo, convencendo o público de que é prejudicial.

Mas os esforços fracassaram. A eleição de 2012 não deu aos republicanos o controle do Senado, que, juntamente com a Câmara, poderia ter negado verbas à lei.

Não conseguiram eleger seu candidato Mitt Romney à Presidência em 2012, para que ele pudesse revogá-la.

E não conseguiram convencer a Suprema Corte, de viés conservador, que a lei é anticonstitucional.

Os republicanos argumentam que, se o presidente Clinton encerrou uma paralisação do governo em 1996 negociando cortes nos gastos com os republicanos no Congresso, por que Obama não pode fazer o mesmo?

Mas esta briga não diz respeito a cortes nos gastos. É uma tentativa dos republicanos de arrancar de Obama uma concessão enorme, não relacionada ao Orçamento, para pôr fim à paralisação.

Tivesse o presidente feito essa concessão, ele teria deixado o Congresso converter o Obamacare em refém, para eviscerar uma lei que o próprio Congresso aprovou.

Então o que impediria o Congresso de voltar a usar essa tática para desmontar outras leis já aprovadas?

Uma concessão desse tipo teria assinalado que Obama talvez fizesse outras ainda maiores em 17 de outubro, quando o Congresso terá que ou elevar o teto da dívida, algo necessário para pagar as contas do governo.

Ao paralisarem o governo temporariamente em 1996, os republicanos ajudaram a reeleger o presidente Clinton.

Desde então, parlamentares do movimento Tea Party vêm exercendo influência desproporcional no Partido Republicano, convertendo-o em uma legenda radical.

As pesquisas de opinião mostram que o público está dividido em relação ao Obamacare, mas enfurecido por um governo que se nega a funcionar.

Nelas, a população atribui a paralisia principalmente aos republicanos na Câmara. E é possível que os eleitores reflitam essa insatisfação nas eleições de 2014, devolvendo o controle da Câmara ao Partido Democrata.


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