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Análise

Europa ainda não decidiu se prioriza pessoas ou fronteiras

Hoje em dia é preciso uma grande tragédia para que embarcações com imigrantes virem manchete. Esses acréscimos constantes ao número de mortos no Mediterrâneo, com que deparam quase semanalmente serviços de resgate e ativistas de direitos humanos, são comuns demais para serem notícia.

Nas últimas duas décadas, quase 20 mil pessoas morreram ao tentar chegar às fronteiras meridionais da Europa, vindas da África e do Oriente Médio. Em 2011, no auge das revoltas árabes, mais de 1.500 pessoas morreram.

As cenas pavorosas vistas ontem são só as mais recentes de uma longa sequência de desastres semelhantes. É uma litania de mortes em grande medida evitáveis, o que inspirou o papa Francisco, em visita a Lampedusa neste ano, a criticar a "globalização da indiferença" do mundo rico.

Ativistas e políticos concordam que grande parte da culpa é das quadrilhas, que cobram caro para organizar o tráfico de pessoas e usam barcos inseguros e superlotados. Mas há os que dizem ser preciso fazer muito mais para priorizar o salvamento de vidas, e os que temem que não priorizar o policiamento das fronteiras vai só incentivar o tráfico de pessoas.

Muitas tentativas de traçar uma resposta europeia coordenada e eficaz à migração irregular em barcos não deram certo.

Apesar de milhares de imigrantes terem sido resgatados pelas guardas costeiras da Europa, ainda falta vontade política de assegurar que eles não sejam vitimados por um conjunto complexo de políticas de fronteiras e de resgate, além da sobreposição de jurisdições legais.

Ainda neste ano deve entrar em vigor o Eurosur, sistema de vigilância que usará imagens de satélite e de aviões não tripulados para monitorar o alto mar e a costa da África. Políticos afirmam que isso ajudará a salvar vidas, mas céticos acham que o projeto visa, antes de tudo, impedir que os migrantes cheguem à Europa.


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