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Saúde de Cristina preocupa argentinos após afastamento

Com hematoma na cabeça, presidente ficará um mês fora do cargo para tratamento médico; vice assume

Saída temporária é vista por críticos como desculpa para provável mau resultado em pleito legislativo no fim do mês

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

O anúncio de que Cristina Kirchner ficará um mês afastada da Presidência da Argentina por causa de um hematoma na cabeça, conforme divulgado oficialmente na noite de anteontem, levantou dúvidas sobre o real estado de saúde da mandatária.

Cristina teria sofrido uma queda que levou a um trauma em 12 de agosto, mas a Presidência não informa como foi o acidente.

Ela passou a manhã de sábado com fortes dores de cabeça e arritmia cardíaca. Foi levada a um hospital e, após uma série de exames, o problema foi identificado. Em sua ausência, assume o vice, Amado Boudou.

Para alguns médicos argentinos, o diagnóstico de hematoma subdural crônico --quando há um acúmulo de sangue próximo à meninge dura-máter (que fica entre o crânio e o cérebro)-- deve ser tratado com cirurgia, e não com 30 dias de repouso, como foi recomendado a ela.

"É difícil fazer uma avaliação sem ver as imagens. Mas se em 30 dias o hematoma não regrediu, é caso para cirurgia, não para repouso", disse à Folha o neurologista argentino Moisés Shapira. "Esse tipo de quadro não provoca arritmia. Isso pode ser consequência de coisa mais grave", afirmou.

Para o neurocirurgião brasileiro Paulo Niemeyer, é normal que o hematoma apareça até dois meses após a pancada. O tratamento, afirmou, é geralmente feito com corticoides, e o repouso absoluto não é necessário.

Caso o sangue acumulado não seja reabsorvido pelo corpo, a presidente terá de ser operada. "A compressão cerebral pode levar à perda de movimentos do corpo", disse Niemeyer.

OUTROS PROBLEMAS

Este não é o primeiro problema de saúde de Cristina. Ela já teve de cancelar várias viagens oficiais por episódios de pressão baixa.

No ano passado, foi submetida a uma cirurgia para retirada da tireoide, com o diagnóstico de tumor maligno. Depois do procedimento, os médicos disseram que o tumor era benigno e que a biópsia tinha dado "falso positivo".

O repouso forçado de Cristina, a três semanas das eleições legislativas no país, provoca dúvidas nos eleitores. Nas redes sociais, alguns dizem que a doença seria jogada de marketing.

As pesquisas apontam que o kirchnerismo sofrerá a pior derrota em dez anos. Afastada, ela teria uma desculpa para o fraco desempenho.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff enviou um tuíte de apoio a Cristina. "Minha solidariedade a @CFKArgentina, que está de repouso médico. (...) #FuerzaCristina."


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