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Análise

Após junho de ira, Erdogan volta a mostrar habilidade política

IAN TRAYNOR DO "GUARDIAN"

Recep Tayyip Erdogan passou junho de mau humor. Os parques e praças públicas de Istambul e outras cidades turcas foram tomados por manifestantes que ele, indignado, tachou de "ralé", voltando todo o poder repressor do Estado contra os protestos em grande medida pacíficos.

O primeiro-ministro turco destruiu sua reputação internacional, além de prejudicar suas ambições domésticas.

Em 30 de setembro, um Erdogan diferente se mostrou. Ele ofereceu um vislumbre de seu eu anterior: o governante mais reformista deste o fundador da república, Mustafa Kemal Ataturk.

Antes das eleições locais e presidencial do próximo ano, apresentou um grande pacote de reformas, no qual seu primeiro objetivo foi garantir que seu partido, o AKP, conserve o máximo possível de poder. Para isso, prometeu que o uso do véu será permitido a funcionárias públicas e parlamentares. É um avanço para os direitos democráticos e um revés para os secularistas que dominaram a Turquia até Erdogan.

A iniciativa agrada ao eleitorado muçulmano conservador do premiê e é um acerto de contas antigas na guerra cultural em curso na Turquia.

O outro alvo principal foi a questão curda. Sobre isso, mostrou-se mais indeciso. Cedeu só o suficiente para manter vivo o processo de paz iniciado com os guerrilheiros do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).

Mas há lacunas decepcionantes. Não anunciou reforma da lei antiterror que vem sendo manipulada para (entre outras coisas) fazer da Turquia o país com o maior número de jornalistas presos.

Não propôs nada para reduzir tensões crescentes entre a maioria sunita turca e a minoria alevita. Ele fez um jogo perigoso, mas, apesar de ter aparentemente perdido o controle em junho, ainda não perdeu por completo sua habilidade política.


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