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Análise negociação

Israel se aproxima de países do golfo Pérsico para tentar conter Irã

Divulgação de exercícios aéreos israelenses mostra, entretanto, que uma ação militar não está descartada

Emissários israelenses têm mantido encontros com lideranças dos Estados do Golfo

MÁRIO CHIMANOVITCH ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma aliança inusitada, forjada pela diplomacia com o objetivo de conter ou neutralizar um inimigo comum, vem sendo gradualmente consolidada nas últimas semanas entre Israel e os Estados do golfo Pérsico.

O sinal de perigo é emitido por um Irã cuja potencial capacidade nuclear a nível militar e a reaproximação com os EUA causam sério temor tanto em Jerusalém como nos emirados, incluindo-se aí a influente Arábia Saudita.

Emissários israelenses de alto nível têm mantido uma série de encontros com importantes lideranças dos Estados do golfo, numa tentativa de manter operacional uma aliança capaz de conter Teerã no que parece indicar uma inexorável marcha para a fabricação de armamentos nucleares.

Recentemente, vários representantes dessas lideranças árabes moderadas fizeram visitas secretas a Israel para discutir o que vem a se configurar um denominador comum.

Ao mesmo tempo em que essas iniciativas diplomáticas estão em curso, a poderosa Força Aérea de Israel vem realizando uma série de exercícios estratégicos que incluem o abastecimento de esquadrões em pleno ar.

Trata-se de uma indicação segura de que essas manobras objetivariam a execução de uma operação contra um alvo distante.

Num sinal inequívoco a Teerã, o comando das Forças Armadas israelenses permitiu que fosse veiculado pelo YouTube, na semana passada, caças F-15 e F-16 sendo reabastecidos em voo e simulando combates e mergulhos de ataque sobre águas gregas.

Essa incomum demonstração de poder aéreo do Estado judeu ocorreu logo após o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu ter advertido o governo Obama, em entrevistas a TVs europeias, a não amaciar as sanções contra o Irã.

O premiê foi taxativo: "Quando um regime criminoso se engaja numa diplomacia mansa e usa palavras conciliadoras de paz, mas continua a adquirir imenso poder nuclear, ele precisa ser imediatamente contido".

Os países do golfo envolvidos nas conversações secretas com Israel não mantêm laços diplomáticos com Jerusalém, mas dividem o temor de que o novo presidente do Irã, Hasan Rowhani, busca ludibriar os EUA, utilizando-se de um novo linguajar diplomático e levando o governo Obama a aceitar um novo acordo com o Irã que não incluiria o desmantelamento do programa nuclear.

Israel mostra assim que, se falharem as conversações entre as potências ocidentais e o Irã, não estará descartada a "opção militar".


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