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Barbeiros clandestinos levam risco a peregrinos de Meca

AMENA BAKR DA REUTERS, NA ARÁBIA SAUDITA

A cada ano, centenas de barbeiros não licenciados acorrem a Mina, localidade vizinha a Meca. Vão cortar os cabelos dos muçulmanos que estão fazendo o haj, a peregrinação anual à cidade sagrada na forma prescrita pelo profeta Maomé.

O problema é que os barbeiros usam as mesmas navalhas para raspar os cabelos de dezenas de homens, o que eleva o risco de transmissão de doenças. Neste ano, cerca de 2 milhões de peregrinos devem realizar a jornada, que foi iniciada na última segunda-feira.

"Estamos fazendo o haj, e por isso Deus nos protegerá", afirmou o iemenita Mohamed Hassan, limpando com as mãos o sangue que escorria de sua cabeça enquanto um barbeiro passava a navalha sobre ela.

O Ministério da Saúde saudita vem tentando há anos bloquear a atuação dos barbeiros irregulares. Mas eles evitam a detenção ao alegar que são parentes dos clientes e que não recebem pelo serviço.

Este ano, além de trazer barbeiros licenciados de todo o país e de espalhar cartazes informativos por Mina, as autoridades estão inundando a programação de rádio e TV de alertas.

Mas muitos peregrinos viajam com orçamento apertado e, por isso, recorrem aos barbeiros não autorizados ou cortam os próprios cabelos.

"Não posso pagar mais de 10 riais (R$ 5,80), e os barbeiros aprovados pelo governo são caros", afirma o egípcio Salam Assem.

Como a maioria deixa o país após a peregrinação, é difícil saber quantos de fato contraem doenças. Mas as preocupações são reais.

"Por meio de feridas abertas, podem ser transmitidos vírus como o HIV, hepatite B e C, além da malária. E até mesmo pelas mãos sujas há o risco de se pegar sarna e outras infecções de pele", diz Amin al-Mahdi, médico e diretor de um hospital em Mina.

Para Abdel Rahman Rajab, estudante em Jeddah, o risco não vale a pena. "Fui a um barbeiro licenciado, porque pelo menos sei que a navalha que ele está usando é nova --ele abriu a embalagem na minha frente."


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