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Série 'Homeland' usa Venezuela como cenário e irrita mídia estatal do país
FLÁVIA MARREIRO DE SÃO PAULOA mídia estatal da Venezuela replica em sites e redes sociais texto que demonstra sua irritação e protesto por Caracas ter se transformado em cenário da mais recente temporada da série americana "Homeland", sobre combate ao terrorismo.
"Homeland', a série favorita de Obama, distorce a imagem da Venezuela" é o título da crítica que propõe uma reflexão: "É espécie de preparação para que se justifique ao povo americano qualquer agressão a nosso país, ou qualquer apoio à direita venezuelana? O tempo dirá."
O episódio da produção --de fato a preferida do presidente americano-- foi ao ar no domingo nos EUA e mostrou um dos protagonistas da série, o ex-marine Nicholas Brody (Damian Lewis), preso na imensa favela vertical de 45 andares de Caracas, já retratada pelo "New York Times" e a "New Yorker". "Torre de David", o nome do edifício inacabado ocupado por sem-teto, batiza o capítulo.
Nas cenas, que segundo a mídia americana foram feitas em Porto Rico, se lê, nas paredes: "Comandante" e "Miraflores não te esquece", citando Hugo Chávez e o palácio presidencial. Uma pintura lembra o esquerdista, morto em março. Há policiais corruptos e muita violência. Dois episódios antes, Caracas é refúgio de um terrorista.
"Homeland", como o texto cita, foi criticado pelo "Guardian" por supostamente estereotipar muçulmanos. Outras publicações citaram a verossimilhança do enredo.
Na Venezuela, como ocorre com quase tudo, o tema alimenta o duelo de chavistas e antichavistas na rede.
Os últimos dizem que a violência na tela é real, e não estereotipada. Uma chavista resolveu responder com humor: "Coisas que acontecerão com Brody em Caracas: descobrirá a revolução, se tornará chavista, e, como [Edward] Snowden, contará os segredos da CIA".
