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Análise

Extremismo faz aliada Turquia conter apoio a grupos rebeldes

TIM ARANGO DO "NEW YORK TIMES"

No início da guerra civil síria, não havia melhor aliado para os rebeldes que o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan. Ele manteve a fronteira aberta, permitindo aos insurgentes encontrar um porto seguro no sul da Turquia, com armas, dinheiro e outros mantimentos à disposição.

Agora, porém, Ancara se encontra na mesma posição que outros apoiadores de primeira hora dos rebeldes, como os EUA: hesitante com a tendência de radicais islâmicos dominarem a oposição ao ditador Bashar al-Assad.

Pela primeira vez desde o início do conflito, a Turquia bombardeou posições rebeldes no norte da Síria, após um morteiro ter caído do lado turco da fronteira.

Foi mais uma boa notícia para Assad, que se vê em uma situação cada vez mais estável, talvez até segura.

Para especialistas em Turquia, o bombardeio foi um sinal de que o governo turco quer mostrar a todos sua disposição de mudar a política de apoio aos insurgentes.

O foco da comunidade internacional deixou de ser a saída imediata de Assad; agora, é a busca por uma solução política. Isso foi particularmente desafiador para Erdogan. Quando os EUA descartaram a opção de uma ofensiva militar em resposta ao ataque químico nos arredores de Damasco em 21 de agosto, o premiê turco se sentiu contrariado.

A política da Turquia para a Síria é profundamente impopular dentro do país. Quando a guerra se tornou mais violenta, Erdogan abriu as portas para os refugiados sírios. Ele ganhou elogios pelo ato humanitário, mas alimentou tensões étnicas na região fronteiriça.

Ao contrário de países como a Jordânia, que manteve sua fronteira sob forte controle, a Turquia permitiu o livre trânsito de combatentes e armas para municiar a oposição. No começo, os moderados guiavam as ações, mas aos poucos eles foram perdendo terreno para militantes mais experientes e também mais extremistas.

Erdogan foi um dos primeiros líderes mundiais a pedir a renúncia de Assad. Porém, desde que Washington começou a trabalhar com o regime para destruir as armas químicas de Damasco, a posição turca se fragilizou demais.

O próprio Erdogan tem sido criticado internamente por deixar que armas caiam nas mãos de jihadistas.


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