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Espionar líderes é preciso, diz diretor de inteligência dos EUA

Em depoimento, James Clapper afirma que ação não é indiscriminada e que União Europeia também espiona

Diretor da NSA nega que tenha interceptado telefonemas na Europa e diz que agência evitou mais de 50 atentados

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

Após as novas revelações de que o celular da chanceler alemã, Angela Merkel, teria sido espionado pelos EUA, o diretor da inteligência nacional americana, James Clapper, defendeu a espionagem de líderes estrangeiros.

"Conhecer as intenções dos líderes é uma espécie de princípio básico do que nós coletamos e analisamos", declarou Clapper, que chefia as agências responsáveis por esse tipo de ação nos EUA.

O diretor, que depôs ontem no Comitê de Inteligência da Câmara americana, afirmou, porém, que a ação da NSA (Agência de Segurança Nacional) não é indiscriminada.

Segundo Clapper, países aliados, incluindo integrantes da UE (União Europeia), também espionaram os EUA.

Questionado na mesma audiência, o general Keith Alexander, diretor da NSA, voltou a negar que o órgão tenha interceptado milhões de telefonemas de cidadãos europeus e disse serem completamente falsas as novas revelações do ex-técnico da CIA Edward Snowden.

De acordo com Alexander, foram os serviços de inteligência europeus que coletaram registros telefônicos em zonas de conflito e outras áreas fora de suas fronteiras e os compartilharam com a agência norte-americana.

"São informações que nós e nossos aliados da Otan coletamos em defesa de nossos países e para dar suporte a nossas operações militares."

Assim como em outros depoimentos, há poucos meses, Clapper e Alexander citaram a manutenção das ameaças de terrorismo desde os atentados do 11 de Setembro como justificativa para as ações da agência e contabilizaram mais de 50 planos de ataques evitados no período.

A argumentação responde à recente elevação no tom das críticas ao programa de espionagem americano e à demanda por legislação no Congresso para reforma dos serviços de segurança.

A presidente da Comitê de Inteligência do Senado, Dianne Feinstein, afirmou anteontem que a supervisão das práticas de vigilância promovidas pela NSA deve ser reforçada com uma profunda revisão do programa. Apesar de ser forte defensora do trabalho da NSA, Feinstein disse que se opõe totalmente à coleta de dados de países aliados praticada pela agência.

Outro apoiador da NSA, o republicano John Boehner, presidente da Câmara, também questionou o monitoramento americano. "Revisões são necessárias. Temos obrigações diante de nossos aliados pelo mundo", disse.

VULNERÁVEL

O escândalo repercutiu no Brasil quando a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras foram citadas como alvo da espionagem americana nos documentos revelados por Snowden em setembro.

A crise, porém, entrou numa nova fase na semana passada, quando o jornal britânico "The Guardian" publicou que ao menos 35 líderes mundiais também foram monitorados pelo serviço de inteligência norte-americano.

Sob pressão, a Casa Branca estuda medidas para amenizar a crise por meio de uma revisão nos processos.

Clapper e Alexander afirmaram que há perspectiva de maior transparência nos esforços de vigilância, mas ressalvaram que a dimensão de uma eventual reforma pode rá deixar o país vulnerável ao terrorismo.


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