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País condena atriz pró-reforma a 18 meses de prisão
Decisão reflete resistência de setores ultraconservadores à abertura ensaiada pelo novo presidente, Hasan Rowhani
Pegah Ahangarani foi punida por falar à mídia estrangeira 'hostil', diz sua mãe; ela ainda pode recorrer da sentença
Autoridades do Irã condenaram uma atriz de cinema ligada ao movimento reformista a 18 meses de prisão, segundo a mídia local. A decisão reflete a resistência de setores ultraconservadores à abertura ensaiada pelo presidente Hasan Rowhani.
Pegah Ahangarani, 29, foi condenada por "atentado à segurança nacional" e por ter dado entrevistas à "mídia estrangeira hostil", segundo disse sua mãe, a diretora Manijeh Hekmat, em declarações publicadas ontem pelo jornal reformista "Shargh".
Ahangarani poderá recorrer da sentença, que ainda não foi aplicada. Segundo disse à agência oficial Irna o porta-voz do Judiciário Gholam Hussain Mohseni Ejeie, ela continua em liberdade.
A atriz já enfrentava problemas judiciais pelo apoio aberto ao reformista Mir Hossein Mousavi, que está em prisão domiciliar por ter atribuído a fraudes sua derrota na eleição presidencial de 2009 contra o conservador Mahmoud Ahmadinejad.
Ahangarani, que chegou a ser detida duas vezes durante o contestado pleito, está impedida de sair do país há três anos. Ela atuou em 21 filmes, entre eles "Shirin", do diretor Abbas Kiarostami.
A condenação contraria esforços do presidente Rowhani, um centrista eleito em junho graças a uma plataforma liberal para padrões iranianos. Rowhani prometeu aumentar liberdades para artistas, jornalistas e políticos.
Em setembro, o governo libertou dezenas de prisioneiros políticos, alguns ligados ao movimento reformista.
Mas clérigos e juristas ultraconservadores, influentes principalmente nos setores de segurança, opõem-se à abertura, que veem como capitulação ante o Ocidente.