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CIA paga US$ 10 mi por dados de operadora

Com repasse anual, empresa de telefonia AT&T dá acesso a registros de chamadas, inclusive feitas por americanos

Segundo funcionários do governo, cooperação da AT&T ocorre sem mandado judicial; CIA e empresa não comentam

CHARLIE SAVAGE DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON

A Agência Central de Inteligência (CIA) americana paga mais de US$ 10 milhões (R$ 23 milhões) por ano à operadora de telefonia AT&T por assistência em investigações sobre terrorismo no exterior, oferecendo acesso ao vasto banco de dados de registros telefônicos mantido pela companhia.

O pacote inclui telefonemas internacionais de cidadãos americanos, segundo funcionários do governo.

A cooperação é conduzida sob um contrato voluntário, e não como resultado de intimações ou mandados judiciais que forcem a companhia a participar.

A CIA fornece números de suspeitos de terrorismo no exterior e a AT&T responde com registros de chamadas para esses telefones, que podem ajudar a identificar comparsas estrangeiros.

O programa traz uma nova dimensão ao debate sobre espionagem governamental, até então focado nos programas da Agência de Segurança Nacional (NSA).

O caso mostra como outras agências usam metadados --registros de datas, duração e números de telefone em uma chamada, mas não sobre seu conteúdo-- a fim de analisar conexões entre pessoas

Como a CIA é proibida de espionar as atividades de americanos no país, a agência impõe salvaguardas de privacidade ao seu programa, disseram os funcionários.

A maioria dos registros de chamadas fornecidos pela AT&T envolvem telefonemas de estrangeiros a estrangeiros. No entanto, quando a companhia passa dados de telefonemas nos quais um dos interlocutores está nos EUA, ela não revela a identidade e "mascara" dígitos de seus números de telefone.

Ainda assim, a CIA pode encaminhar esses números ao FBI, que, por sua vez, pode intimar a AT&T a fornecer os dados sem censura.

A história do programa da CIA é obscura. Ele começou em algum momento anterior a 2010, foi suspenso em algum ponto e depois retomado, de acordo com os funcionários. Eles disseram que os comitês de inteligência da Câmara e do Senado estavam informados de sua existência.

Dean Boyd, porta-voz da CIA, se recusou a confirmar o programa. Mas declarou que as atividades de coleta de informações da agência são legais e "sujeitas a extensa fiscalização".

Porta-voz da AT&T, Mark Siegel disse que não comentaria "questões relacionadas à segurança nacional".

Enquanto Washington discute se deve ou não restringir atividades da NSA em solo americano, governos da Europa exigem mais transparência da parte das companhias e ameaçam impor restrições.

A AT&T estuda adquirir a operadora europeia de telefonia móvel Vodafone, e autoridades regulatórias prometeram examinar cada detalhe de um possível acordo.


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