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Análise

Mudança nas regras do jogo pode acabar se voltando contra Obama

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO

Tivesse a mudança nas regras de obstrução do Senado ocorrido um ano atrás, Susan Rice seria hoje a secretária de Estado dos Estados Unidos, em vez de John Kerry.

Foi a ameaça do senador republicano John McCain de obstruir a indicação de Rice para o posto que levou o presidente Barack Obama a desistir e indicar Rice para Assessora de Segurança Nacional, cargo que não exige confirmação do Senado.

O fato de os democratas terem a maioria no Senado --53 dos 100 assentos, mais dois independentes que votam com eles-- não servia para nada na hora de aprovar indicados do presidente. Para encerrar as discussões e levar o nome à votação, é preciso ter 60 votos.

Nas contas do próprio presidente Barack Obama, a minoria republicana no Senado bloqueou 30 nomes que ele nomeou desde que assumiu. Nas décadas anteriores, foram 20 nomes bloqueados.

Agora, com a mudança nas regras, é necessária apenas a maioria simples --51 senadores-- para encerrar a discussão e iniciar a votação.

Mas não é à toa que a mudança na regra é chamada de "opção nuclear". Os republicanos prometem retaliação e espera-se que barrem na Câmara, onde têm a maioria, tudo quanto é legislação que interessa aos democratas.

Mesmo assim, depois de anos ameaçando propor a reforma e voltando atrás, os democratas chegaram à conclusão de que a hora era agora.

Por quê? Porque não há muito o que perder. As duas principais reformas de Obama que precisavam de cooperação republicana --reforma da imigração e controle de armas-- já morreram.

O problema é que os frutos da mudança podem ficar para os republicanos, que têm chance de retomar a maioria no Senado nas eleições legislativas de 2014. Aí os democratas, na minoria, é que se verão sem um instrumento para bloquear indicados.


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