Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Governo do Reino Unido aponta onda de imigrantes

Dados são usados como argumento para defender restrição a estrangeiros

Segundo governo, em um ano a chegada de imigrantes ultrapassou em 182 mil a saída de pessoas do Reino Unido

LEANDRO COLON DE LONDRES

Um dia depois de anunciar restrição de benefícios a imigrantes europeus, o governo britânico divulgou dados que confirmam sua disposição de acirrar a briga com os vizinhos contra o livre trânsito de cidadãos do continente.

O estudo mostra que há mais imigrantes, somando europeus e não europeus, entrando no país do que britânicos que deixam de viver no Reino Unido.

Para as autoridades britânicas, os europeus são os principais responsáveis por essa estatística, o que reforçaria a necessidade de segurar esse movimento. Espanha, Portugal, Itália e Grécia estão no topo da lista.

Para o primeiro-ministro David Cameron, os benefícios concedidos pelo seu governo são mais atrativos do que os de outros vizinhos, o que causa, segundo ele, um cenário desproporcional.

O discurso dele já sofreu críticas nesta semana do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Para ele, o princípio do "trânsito livre" é inegociável e deve ser respeitado.

A União Europeia prevê o livre trânsito, para turismo e trabalho, entre os cidadãos dos 28 países-membros. Cameron promete um referendo até 2017 para decidir se o país vai continuar no grupo.

Entre junho de 2012 e junho de 2013, 503 mil pessoas foram viver no Reino Unido, sendo 183 mil europeus (um aumento de 25 mil em relação ao ano anterior).

No mesmo período, 320 mil britânicos trocaram seu país por algum outro.

A diferença entre quantos chegam e saem de terras britânicas, chamada de "net migration" (uma espécie de saldo), subiu de 167 mil para 182 mil em relação ao ano anterior. A meta de Cameron é atingir 100 mil até 2015.

Pressionado internamente, ele anunciou anteontem uma série de medidas que cortam benefícios de europeus que queiram mudar-se para o país em 2014.

Eles não poderão reivindicar, nos primeiros três meses, a ajuda do governo a quem busca emprego. Depois, o benefício será concedido por no máximo seis meses. O auxílio-moradia não será concedido imediatamente.

Além disso, o governo poderá deportar o europeu que for pego pedindo esmola ou dormindo na rua --nesse caso, o imigrante ficará um ano sem poder retornar.

Os búlgaros e os romenos são considerados os novos alvos das medidas. Eles aderiram à União Europeia em 2007 e poderão entrar no Reino Unido a partir de janeiro com os mesmos direitos dos outros países do grupo.

O embaixador da Bulgária no Reino Unido, Konstantin Dimitrov, demonstrou preocupação e afirmou que não há sinais de um grande fluxo de cidadãos do seu país para terras britânicas a partir de janeiro, ou seja, não haveria motivo para adotar restrições.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página