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ONU desconvida Irã de reunião sobre Síria

Decisão vem após pressão dos EUA e de rebeldes sírios; Teerã não se comprometera com um governo de transição

Conferência para tentar encerrar guerra civil na Síria começa amanhã, na Suíça; Assad diz que pode tentar reeleição

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Após forte pressão dos EUA e de ameaças de boicote da oposição síria, as Nações Unidas decidiram retirar o convite feito ao Irã para participar da conferência pela paz na Síria, marcada para começar amanhã, em Montreux (Suíça), e se estender nos dias seguintes em Genebra.

Na noite de anteontem, a ONU anunciou que Teerã, principal pilar de apoio do regime de Bashar al-Assad, fora convidado ao evento. O país persa confirmou presença, mas alertou que não estava comprometido com o estabelecimento de um governo de transição na Síria, um dos termos acordados na primeira conferência de Genebra, em 2012.

A notícia causou imediata reação dos demais participantes da reunião. Diplomatas dos EUA reuniram-se com a ONU e afirmaram que esperavam da ONU uma reconsideração da medida.

Ontem, em nota, o Departamento disse que agora era hora de "todos retomarem o foco, que é encerrar o sofrimento sírio (...) por meio de uma transição política".

A Coalizão Nacional Síria, principal grupo de oposição, afirmou que boicotaria as negociações, caso o Irã não fosse desconvidado. Depois, em comunicado, disse que a ONU "tomou a decisão certa".

Em resposta, Sergei Lavrov, chanceler da Rússia --outro aliado de Assad--, classificara de "pirraça" a posição dos rebeldes sírios.

Um dos participantes, o Brasil enviará, a pedido de Dilma Roussef, o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos. O número 2 representará o chanceler Luiz Alberto Figueiredo, encarregado de preparar a ida da presidente ao Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).

A conferência é uma tentativa da comunidade internacional de encerrar a crise, com implicações regionais, a exemplo da recente instabilidade no Líbano. Os atrasos nas negociações são seguidos pelo agravamento da crise humanitária.

A ideia de que rebeldes formem um governo na Síria foi, considerada uma "piada" pelo ditador sírio Bashar al-Assad, em entrevista à agência de notícias France Presse.

Ele também afirmou haver chance "significativa" de que concorra a um novo mandato de sete anos nas eleições previstas para junho. "Se a opinião pública estiver a meu favor, não hesitarei nem um segundo", disse Assad, no poder desde 2000.

"Eles vêm para a fronteira para uma [...] fotografia de 30 minutos e então fogem. Como podem ser ministros?", disse Assad. Ele se referia à oposição que vive no exterior.

A insurgência síria já deixou mais de 130 mil mortos, de acordo com a ONU, que deixou de atualizar as cifras. Ataques terroristas ocorrem quase diariamente --ontem, dois carros-bomba deixaram pelo menos 16 pessoas mortas em um posto de controle dos rebeldes perto da fronteira com a Turquia.


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