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Manifestantes improvisam laboratório de coquetéis molotov ao lado de metrô

DIOGO BERCITO DO ENVIADO A KIEV

Com o centro de Kiev transformado no cenário de uma violenta guerra de barricadas, com embates letais nos últimos dias, manifestantes de oposição têm recorrido a laboratórios improvisados para reabastecer seu suprimento de coquetéis molotov.

Jovens mascarados trabalham, nessas pequenas oficinas químicas, cercados pelo cheiro de gás e de álcool. Ali, eles transformam pilhas de garrafas de vidro em armas explosivas, com a ajuda de trapos e líquidos inflamáveis.

A reportagem da Folha visitou um laboratório montado na saída de uma estação de metrô, na praça da Independência. Um manifestante, que preferiu identificar-se apenas como "o cidadão", lidava com os vidros de diversos formatos, incluindo uma garrafinha de Coca-Cola.

"Quando decidi que queria fazer alguma coisa, encontrei este lugar", afirma. "As pessoas aqui me ensinaram a produzir os coquetéis."

Sem afiliação a partidos ou uma proposta ideológica clara, o cidadão diz ter sido atraído pela praça e pelas manifestações a partir da ideia de que é necessário mudar o sistema político da Ucrânia. "Não existe ligação entre o governo e o povo."

Para o cidadão, que diz conseguir produzir 50 coquetéis "em um dia com entusiasmo", a produção de armamentos na praça da Independência "não é organizada". "Somos como uma família, e esta é uma casa."

Os tecidos, as garrafas e os líquidos são trazidos por membros do movimento, como doação. Eles se revezam durante o dia, reabastecendo o estoque, que é então encaminhado para as barricadas.

TRÉGUA

Depois de recheados e preparados, com panos em motivos florais, os coquetéis molotov serão uma das principais armas da oposição contra as forças do governo do presidente Viktor Yanukovich.

Manifestantes resistem, com esses projéteis inflamáveis, às tentativas de incursão da polícia na praça da Independência, tomada por protestos desde novembro. Mas são esses coquetéis também que contribuem para a quebra das frágeis tréguas com o governo local.

As forças de segurança, por sua vez, têm sido acusadas de responder com munição letal aos manifestantes.


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