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Segurança em aeroportos dos EUA é 'teatro', diz blogueiro

Jason Harrington, que trabalhou no setor por quase 7 anos, relata mau comportamento de funcionários e falhas na revista de passageiros

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O passageiro tira os sapatos, o cinto, esvazia os bolsos e levanta os braços na cabine que faz a revista com raio-X nos aeroportos americanos.

Enquanto tentam descobrir se há algum metal, líquido ou explosivo com o cidadão, funcionários da Agência de Segurança dos Transportes (TSA, da sigla em inglês) fazem comentários debochados sobre o corpo das pessoas, chamam os colegas para analisar uma passageira "gostosa" e dão uma "canseira" se o passageiro "parecer do Oriente Médio".

Por quase sete anos, Jason Harrington, 33, trabalhou no aeroporto internacional de Chicago, vendo o "teatro" das medidas de segurança, como ele as define. Até que criou um blog, em outubro de 2012, "Taking Sense Away" [levando embora o bom senso], brincando com a sigla da agência: http://takingsenseaway.wordpress.com/

O blog viralizou, rendendo reportagens em jornais como "New York Times" e "Wall Street Journal" e criou mais um constrangimento à agência de 55 mil funcionários criada em novembro de 2001, logo após o 11 de Setembro.

Apenas três meses após as primeiras acusações do blog --de que os funcionários podiam ver o corpo nu dos passageiros e que "muitas coisas passavam batidas"--, a TSA cancelou em janeiro de 2013 o contrato com a empresa que fornecia os equipamentos.

Os atuais, de outro fornecedor só permitem ver os contornos do corpo, segundo o delator. Cada máquina custa US$ 180 mil (R$ 418 mil).

Harrington deixou a TSA em maio, mas só revelou sua identidade na última edição da revista do site "Politico".

O "teatro" da revista nos aeroportos, segundo ele, ocorre porque as máquinas alertam que há algo estranho no corpo dos passageiros "quando não há nada". "Depois de tanto alarme falso, quando apita de novo, passa batido", disse ele à Folha.

Quando uma passageira atraente se aproxima, é chamada de "alerta vermelho". Mas o grito mais usado para chamar os colegas para "olhar" a revista eletrônica feminina é "Raio-X!".

Para Harrington, parte do mau comportamento dos funcionários é por ser "gente muito jovem, sem muito treinamento, com baixos salários". Por quatro horas diárias, o salário é de US$ 24 mil/anuais (R$ 56 mil). O salário médio nos EUA é de US$ 37 mil para oito horas.


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